Em conjunto com a Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e a Febraban, iniciativa quer evitar golpes de estelionatários, que cresceu 60% desde o início da pandemia
Com as medidas de isolamento social, o relacionamento das instituições financeiras e de pagamentos com seus clientes foi direcionado, em boa parte, aos canais digitais de atendimento.
Em meio à pandemia, criminosos aproveitam o maior tempo on-line das pessoas para tentar aplicar golpes.
Com o objetivo de combater as fraudes financeiras, principalmente contra idosos, o Banco Central (BC) se uniu à Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, vinculada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, e à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e para lançar uma campanha de combate a golpes financeiros e à violência patrimonial.
A cerimônia de lançamento da iniciativa, no Palácio do Planalto, contou com a presença de Mauricio Moura (foto ao lado), diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central, da ministra Damares Alves e do presidente da Febraban, Isaac Sidney.
Ao participar da iniciativa, “o BC está fortalecendo a atuação para mitigar as fragilidades no acesso e uso dos serviços financeiros pelos idosos, que ficaram ainda mais visíveis durante a pandemia de Covid-19. Estamos satisfeitos em fazer parte dessa iniciativa”, explica Juliana Mozachi, chefe de gabinete do Diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania (Direc) do BC.
“Os esforços, entretanto, vão para além desse momento de pandemia”, completa.
Levantamento da Febraban revela que no período de quarentena houve um aumento de 60% em tentativas de golpes financeiros contra idosos. A campanha terá um mês de duração e visa alertar os idosos sobre as fraudes mais recorrentes e educá-los sobre as medidas preventivas que devem ser adotadas.
“A baixa consciência dos riscos aos quais (as pessoas idosas) estão expostas torna-as bastante vulneráveis às ações de fraudadores, hackers e outros agentes maliciosos”. É o que explica Marcelo Colli Inglez, chefe adjunto do Departamento de Gestão Estratégica, Integração e Suporte de Fiscalização (Degef) do Banco Central.
A ação, integrada entre o sistema financeiro, o regulador e o governo, é “um passo importante para uma estratégia mais ampla de educação digital e cibernética, visando preparar a população brasileira para o uso eficiente e seguro dos avanços tecnológicos verificados no sistema financeiro nacional”, completa Inglez.
Recomendações do BC para evitar golpes
Consciente de que a gestão de finanças pessoais se tornou especialmente desafiadora durante a pandemia de Covid-19, o BC publicou, em seu site, uma página com recomendações específicas de educação financeira para este período, quando os públicos mais vulneráveis ficam mais expostos a tentativas de golpes e fraudes.
O conteúdo, além de oferecer orientações para casos de perda de renda e renegociação de dívidas, traz alertas e informações úteis direcionada às fraudes financeiras, inclusive listando golpes comuns nesta época e os cuidados para evitá-los.
O BC também disponibiliza, em sua página na internet, uma lista com as perguntas mais frequentes sobre golpes; e orientações para recepção, em seus canais de atendimento, de reclamações de cidadãos, inclusive idosos, vítimas de fraudes ou golpes financeiros.
Além disso, usando a capilaridade das redes sociais, faz alertas e disponibiliza dicas, também nos seus perfis nas redes sociais, para que os cidadãos tenham uma relação saudável e segura com os serviços financeiros.
Outra frente de atuação do BC é o monitoramento de reclamações e atuação contínua junto aos bancos das situações em que cidadãos, inclusive idosos, são vítimas de fraudes, golpes ou condutas indevidas, como venda de produtos e servidos inadequados para o cliente ou empréstimos não reconhecidos.
Engenharia social
Grande parte dos golpes está vinculada à engenharia social, que é quando o cliente é induzido a informar os seus códigos e senhas para os criminosos. Abusando da ingenuidade ou confiança do cidadão, os estelionatários obtêm informações que podem ser usadas para acessos não autorizados a computadores ou informações bancárias. Essas situações são ainda mais frequentes entre os idosos.
Um dos ataques mais comuns é pelo telefone, quando o golpista diz ser do banco e pede para confirmar dados pessoais e senhas. Há também casos em que o criminoso se apresenta como um “funcionário do banco” e pede para o cliente realizar uma transferência como um teste. Vale destacar que bancos não ligam para pedir a realização de transações.
Phishing
De acordo com a Febraban, as instituições financeiras chegaram a registrar, durante a quarentena, aumento de mais de 80% nas tentativas de ataques de phishing – e-mails que carregam vírus ou links e que direcionam o usuário a sites falsos, que, normalmente, possuem remetentes desconhecidos ou falsos.
Falso motoboy
O golpe do falso motoboy teve aumento de 65% durante o período de isolamento social, segundo levantamento da Febraban. Nele, criminosos entram em contato com as vítimas se fazendo passar pelo banco informando que um motoboy será enviado para recolher um cartão supostamente clonado para o cancelamento das compras irregulares.
Para passar segurança, orientam a vítima a cortar o cartão ao meio, para inutilizar a tarja magnética, antes de entregá-lo ao motoboy. No entanto, o chip permanece intacto, o que ainda permite compras com o cartão.
Fonte: Banco Central do Brasil
Como evitar ataques de hackers e Phishing. Por Roberto Gallo. Ouça
Cibercriminosos aproveitam a corrida à vacina COVID-19 para lançar campanhas phishing
Brasil bate novo recorde no número de ataques de phishing já no primeiro trimestre de 2020