O universo mobile vem promovendo profundas mudanças de comportamento em relação ao compartilhamento de dados pessoais, mas os recursos já em uso e em desenvolvimento mostram uma pré-disposição muito positiva dos usuários.
Por Eric Luque
Atualmente, muitas empresas se preocupam em disponibilizar inovações tecnológicas de segurança cada vez mais evoluídas, para reforçar seus produtos e atrair a confiança dos clientes.
Um dado interessante sobre esse assunto foi constatado em uma pesquisa realizada pela empresa australiana Telstra: uma em cada quatro pessoas entrevistadas estão dispostas a compartilhar informações de DNA se isso significasse uma autenticação móvel mais rápida.
Já a maioria dos participantes da pesquisa considera que o uso de tecnologias de biometria são instrumentos mais seguros e ajudariam a reduzir os casos de fraudes bancárias. Ao todo, 90% dos executivos de instituições financeiras entrevistados afirmaram que pretendem investir mais em segurança nos próximos anos. Acredito que, dentre os artifícios mais utilizados hoje para o desenvolvimento de instrumentos de segurança digital, os que se baseiam em impressões digitais são os mais seguros por possuírem 100% de autenticação, diferentemente dos serviços que usam o reconhecimento facial e de voz como meios de identificação, que devem passar por um momento maior de maturação.
Um exemplo interessante dessa evolução foi apresentado recentemente na China, onde a empresa de segurança Tzekwan Tecnologyestá desenvolvendo o primeiro modelo de caixa eletrônico com tecnologia de reconhecimento facial em parceria com a Universidade Tsinghua.Outra gigante do mercado, a MasterCard, está trabalhando em um modelo de segurança biométrica baseado em ‘selfies’, acionado a partir de uma piscadela do usuário para tentar evitar ações de falsificação.
O sistema ‘hash’ de aprovação de compras e pagamentos funciona por verificação da identidadea partir do mapeamento do usuário, impossibilitando o uso de uma imagem estática, como uma foto.
Ainda que a tendência aponte para o uso cada vez maior de serviços bancários via dispositivos móveis, avanços tecnológicos desse tipo servirão para aprimorar a viabilidade de produtos globalmente, nos mais diversos setores. Isso serve para a adoção cada vez maior de novas ferramentas de compras online, que acontece na mesma medida em que os consumidores mostram sua preocupação com a segurança, especialmente no ambiente mobile.
Segundo dados do mais recente levantamento da Fiserv, o uso de dispositivos móveis para o pagamento de contas online cresceu 69% em 2014, mas qualquer desconfiança em relação à segurança em canais de pagamentos serve de desestímulo para 52% dos entrevistados. Fato é que os consumidores ao redor do mundo estão cada vez mais conscientes da importância que as questões de segurança exercem sobre os canais de movimentação financeira na rede.
No caso do Brasil, em especial, ainda existe uma preocupação latente em relação à privacidade dos dados, mas estamos em um país de vanguarda. O brasileiro é ávido por novidades tecnológicas e, certamente, adepto a diferentes meios de pagamentos digitais. O uso do dinheiro físico é bem escasso e cabe exclusivamente às empresas mostrarem que também estão dispostas a atender as expectativas de um mercado consumidor cada vez mais individualizado e em constante crescimento. Você concorda?
Qual a sua expectativa?
* Eric Luque, diretor de TI da Pagtel