Quantas vezes você ignorou completamente os avisos de segurança web porque estava com pressa demais para acessar o conteúdo que está avisando sobre o seu computador? O Google Chrome recentemente reformou suas advertências de segurança – como você pode ver aqui – e estudos sugerem que o nosso cérebro pode ser programado para ignorar essas ameaças regularmente.
A pesquisa diz que a culpa para esse fenômeno é a chamada “força do hábito”. Quando uma pessoa recebe advertências está acostumada a ver e não ler, e até mesmo em casos em que recebem um apontamento para o alerta é comum ignorá-lo por instinto. Um estudo da Brigham Young University de Utah, em colaboração com a Universidade de Pittsburgh e Google, usou imagens de ressonância magnética para mostrar o processamento visual que parte do cérebro parou analisando os avisos para após a primeira visualização.
Especialistas dizem que o cérebro é responsável por condicionar nossa atenção, “A primeira vez que seu cérebro experimenta um estímulo, sua atenção se volta a ele,porém para exposições subseqüentes ao objetivo ele se confirma na memória e a resposta é muito menor”, diz Anthony Vance da Universidade Brigham Young ao Guardian. “Algumas pessoas pensam que os usuários são preguiçosos e desatentos, porém essa ação é básica em nossa própria biologia”.
Os resultados do estudo com base na teoria de habituação sugerem, por exemplo, que quando andamos em sua sala de estar não percebemos as pinturas na parede ou a cor do sofá. O cérebro constrói uma imagem do quarto da memória o que lhe permite concentrar-se em diferentes elementos de mudança.
Isso explica o motivo da melhoria do sistema do Google, já que os usuários não estão realmente vendo os avisos dados pela empresa. Mesmo que os usuários leiam os avisos, eles priorizam o ganho de tempo a curto prazo – o acesso desejado para o site – e tendem a ignorar as consequências a longo prazo, como um vírus que pode bater amanhã ou mesmo em uma hora, já que não há nenhum efeito visível imediato .
Ainda assim, existem maneiras de combater esse efeito. As melhorias para o Google Chrome, por exemplo, convenceram quase o dobro da quantidade de usuários a visualizar efetivamente as advertências, aumentando as taxas de adesão de 31 para 58%.
Apesar desta melhoria, quatro em cada dez usuários ainda ignoram os avisos de segurança, e isso está longe de ser o panorama ideal. A única maneira de nos mantermos seguros então, seria levá-lo para fora do processo de tomada de decisão e permitir que os navegadores decidam o que podemos e não pode acessar, é claro que isso representaria a limitação da nossa experiência de navegação.
Fonte: http://www.techtimes.com/