O evento reuniu mais de 100 palestrantes e um público de quase 3.000 executivos e especialistas em AI nos dias, 4 e 5 de abril
Por Maria Luiza Reis
O maior congresso brasileiro de inteligência artificial e robotic process automation, o congresso RPA & AI se uniu ao Information Show e lotou um andar inteiro do Centro de Convenções Frei Caneca. O evento reuniu mais de 100 palestrantes e um público de quase 3.000 executivos e especialistas nos dias, 4 e 5 de abril.
Com palestrantes de renome nacional e internacional temas como chatGPT, intelligent document processing, o futuro da inteligência artificial, inteligência artificial para o mundo corporativo, governança de dados, regulação das ferramentas de AI, ética e a inteligência artificial entre outros assuntos foram debatidos e lotaram os 4 palcos simultâneos montados para o evento.
Na feira de tecnologia, dezenas de empresas nacionais e multinacionais com soluções inovadoras deixavam especialistas brasileiros e estrangeiros impressionados com força com que o Brasil marca posição na vanguarda da tecnologia aplicada às corporações.
Cezar Taurion, Dora Kaufman, Alan Pelz-Sharp, Walter Koch, Roberta Prescott, entre outros falaram com profundidade sobre o estado da arte do que chamamos de inteligência artificial.
Dúvidas sobre o tema ainda existem em todo mundo e algumas perguntas foram feitas em mais de um painel como: Podemos chamar de AI todas essas ferramentas que se apresentam no mercado? O que é AI por definição? Como será possível regular plataformas de AI, se ainda não sabemos quais realmente se enquadram nessa categoria?
Outro assunto tema de debates foi sobre a impossibilidade em controlar vieses e preconceitos quando usamos treinamento por redes neurais. Isso é uma verdade absoluta ou é possível excluir variáveis que são viciadas na origem?
Sem dúvida, um tema mais presente em todos os palcos foi o chatGTP, sua impressionante capacidade de gerar textos, interagir com usuários e até corrigir códigos de programação.
Exemplos em que o GPT foi induzido a mentir demonstram, entretanto que não podemos confiar sempre nas suas respostas e que a sua aplicação mais provável é substituir os buscadores na Internet como o Microsft Bing já está fazendo, sempre apontando o link de referência.
Participei como palestrante no Palco Arena na terça-feira e no Palco Information Show como painelista na quarta. Na primeira palestra, desenvolvi o tema AI para Aplicações Corporativas: “ChatGPT se apresentou como mais um avanço na tecnologia.
A sua capacidade de gerar e responder a diversos conteúdos em inúmeros idiomas atraem com bons olhos os executivos que querem saber como aplicar a novidade no meio corporativo. Mas essa solução é pensada para empresas?”.
No painel no Information Show sob a mediação de Antonio Barreiros e em companhia de César Patinõ e Luís Ruivo, falamos sobre Governança de Dados e novamente alertei que o uso de ferramentas que usam dados públicos, como o chatGPT, pode oferecer riscos de segurança para dados confidenciais, não somente os pessoais, mas também dados das estratégias empresariais.
A conclusão ao final de dois dias de intensos debates é que a inteligência artificial veio para ajudar pessoas, corporações, médicos, pacientes, estudantes, pesquisadores e isso não tem volta.
O mito, propagado muitas vezes pelas empresas de software, de que não é possível controlar ou rastrear as decisões da AI, como se a tecnologia fosse um animal selvagem é que precisa ser revisto e questionado. Afinal, um mundo sem controle de ética, de privacidade, de segurança, não haverá progresso mesmo com a tecnologia mais avançada.
Sobre a autora:
Maria Luiza Reis tem doutorado em Engenharia Nuclear, foi pesquisadora visitante da Université Blaise Pascal em Visão Artificial e é fundadora e CEO da Lab245, fabricante da plataforma de AI, Magali Robot. Atualmente é VP da Federação Assespro e da Assespro RJ e também é conselheira eleita da ABES Software e investidora em startups de saúde e geo processamento.
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