Conforme o lucro derivado desses crimes aumenta, o mesmo acontece com os custos que as empresas enfrentam após sofrerem uma violação de dados
Por Guilherme Messora
Cada vez mais estamos vivendo em um mundo sem fronteiras. A interconectividade está permeando nossas vidas diárias devido, em grande parte, pela nuvem, mas à medida que a distância entre as pessoas diminui, o mesmo acontece com a distância entre nós e os cibercriminosos.
Globalmente, o cibercrime foi projetado para atingir um mercado que chegou a US$ 6 trilhões em 2021¹, capitalizando no fato de que a revolução digital aumentou o alcance dos cibercriminosos em todo o mundo.
Mas, conforme o lucro derivado desses crimes aumenta, o mesmo acontece com os custos que as empresas enfrentam após sofrerem uma violação de dados.
O Relatório do Custo de Violação de Dados de 2021 revelou que para empresas da América Latina esse valor representa, em média, US$ 1,82 milhões por incidente.
À medida que a experiência do usuário é aperfeiçoada graças à modernização da infraestrutura digital e à confiança nos dispositivos IoT (Internet das Coisas), está se tornando mais fácil para os cibercriminosos explorarem caminhos digitais a fim de obter acesso aos ambientes de negócio.
Agora, mais que nunca, os líderes de negócios precisam se perguntar: quais são os maiores riscos da nossa organização?
Funcionários são a primeira linha de defesa
Durante a pandemia de COVID-19, a IBM e a Morning Consult descobriram que os consumidores expandiram sua pegada digital significativamente no Brasil e 82% deles reutilizavam as mesmas credenciais em diversas contas on-line.
Ao mesmo tempo, de acordo com o IBM X-Force Threat Intelligence Index, o comprometimento de credenciais é uma das maneiras mais usadas ilicitamente pelos cibercriminosos para entrarem nas empresas.
Como os maus hábitos de segurança dos consumidores geralmente são transferidos para o local de trabalho, as empresas devem avaliar se estão aplicando políticas de senha fortes.
De modo semelhante, os ataques de phishing mantêm as invasões a um clique das empresas. Os cibercriminosos estão usando e-mails maliciosos, mas que parecem reais por serem elaborados de maneira sofisticada, para levar os funcionários a clicarem em um link ou abrir um anexo que pode acionar um malwareque se espalhará por toda a rede da organização.
O que parece um e-mail do CFO ou do departamento de RH pode ser um cibercriminoso disfarçado. As empresas devem conscientizar seus funcionários sobre como avaliar e questionar os e-mails recebidos.
Não caia na armadilha da complexidade
À medida que as organizações modernizam sua infraestrutura digital por meio da nuvem híbrida no intuito de alcançar maiores níveis de agilidade, é essencial que também modernizem a sua segurança.
A confiança em ferramentas de segurança antiquadas e estratégias obsoletas contribuem para aumentar a complexidade da segurança. Quanto mais complexa for a arquitetura de segurança, haverá mais pontos cegos na visibilidade da equipe de segurança.
O resultado? Problemas de configuração, ameaças não identificadas e mais tempo necessário para detectar e responder.
A X-Force descobriu que, em todo o mundo, as configurações incorretas foram a causa de dois dos três ambientes de nuvem que a equipe avaliou, enquanto a revisão global anual da equipe de incidentes cibernéticos revelou que a exploração de vulnerabilidades identificadas e não corrigidas (sem patch) era a maneira mais comum pela qual os cibercriminosos estavam entrando nas organizações.
Os planos de contingência são um negócio inteligente
Talvez o maior risco para as empresas seja acreditar que não há risco algum. Mas e se a empresa estiver errada? É fundamental que criem e testem um plano de resposta a ser usado no caso ou quando uma violação aconteça.
No ano passado, pudemos observar uma série de ataques de ransomware permearem virtualmente todas as indústrias com 73% das organizações no Brasil pagando resgate em um ataque de ransomware, de acordo com o Cyber Resilient Organization Study anual da IBM Security.
Aqui vai uma pergunta hipotética: se sua empresa for a próxima vítima de um ataque de ransomware, você estaria preparado para responder? Você sabe onde seus dados mais críticos estão armazenados? Ou quais equipes deveriam ser convocadas imediatamente?
Além do time de segurança, as equipes jurídicas e de comunicação de crises estão prontas para intervir? A realização de simulações de violação de segurança pode ajudar a identificar lacunas no plano de resposta que você deve aprimorar.
Ao iniciarmos 2022, podemos esperar que os cibercriminosos não mostrem sinais de desaceleração de seus ataques. As empresas devem dedicar tempo à “introspecção de segurança”, avaliando as ações que estão tomando para fortalecer sua resiliência cibernética e planejando adequadamente para o novo ano. Como dizem, você é tão forte quanto o seu link mais fraco.