Com digitalização em alta, setor da Saúde requer estratégia nos investimentos em infraestrutura devido ao aumento no uso da telemedicina
Por Eduardo Carvalho

A pandemia de Covid-19 representou o acelerador de uma tendência que vinha, até então, crescendo lentamente em alguns países, entre eles o Brasil: a telemedicina.
Se a Portaria no. 467/2020 do Ministério da Saúde, que autoriza a prática no país, tem por enquanto caráter emergencial, a expectativa da sociedade é que ela seja em breve regulamentada de forma permanente.
A telemedicina é uma das pontas da chamada “saúde digital”, ao lado de outros investimentos na digitalização do setor, como a interoperabilidade e a análise de dados dos pacientes coletados das mais variadas formas, do consultório ao smartwatch.
Para se ter uma ideia, uma estimativa da consultoria Frost & Sullivan aponta para um crescimento global de 7,9% deste mercado em 2020.
Entre as vantagens mais visíveis da telemedicina está o atendimento a comunidades remotas, onde há escassez de profissionais da saúde especializados. Para a população em geral, o atendimento à distância resulta em comodidade, economia de tempo e, no caso deste período de pandemia, em maior segurança, evitando exposição desnecessária.
Planos de saúde, hospitais, médicos e mesmo o Sistema Único de Saúde (SUS) aderiram, em maior ou menor grau, à telemedicina no período da pandemia. Health Techs (startups de saúde) ganharam impulso inédito e conquistaram novos investimentos.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Paulista de Medicina em fevereiro de 2020 – portanto antes da pandemia se espalhar pelo Brasil -, 90% dos médicos acreditam que as novas tecnologias digitais podem ajudar a melhorar a assistência em saúde. Para 70% deles, a prática segura da telemedicina é capaz de ampliar o atendimento para além do consultório.
Apesar de alguns aspectos ainda levantarem debate entre a classe médica, tudo indica que não estamos diante de uma bolha apenas. No entanto, para que a telemedicina se estabeleça e realmente se torne uma alternativa importante no acesso à saúde em nosso país, precisamos olhar para a base de seu funcionamento: a internet.
Na teoria, a telemedicina é simples: o paciente se conecta ao médico ou instituição por meio de um celular ou computador, interage e recebe as recomendações, pedidos de exames e receitas médicas. Para que este atendimento flua como se espera, a conexão deve ser veloz e com baixa latência, ou seja, sem atrasos, travamentos ou quedas.
É fundamental, também, garantir a segurança da comunicação e compliance com a legislação. Os dados gerados nessas conversas são privados e precisam ser preservados pelos profissionais e instituições envolvidos.
Para empresas menos adiantadas na transformação digital que ainda dependem de estruturas clássicas e isoladas de TI, entregar uma experiência remota de qualidade para um usuário cada vez mais exigente pode ser uma tarefa mais complicada – e mais arriscada – do que parece.
Para superar o desafio imposto pelos sistemas remotos de atendimento, muitas empresas têm adotado uma arquitetura digital interconectada, distribuída e escalável, que lhes permite compartilhar informações do paciente com segurança e conformidade, integrando novas tecnologias, inovações e canais de captura de dados de diagnóstico.
A partir de uma rede simplificada e colaborativa, a instituição de saúde pode não apenas atender às expectativas dos clientes pelo omnichannel de telemedicina como avançar em outros processos de modernização do setor, entre eles a robótica e a Internet das Coisas Médicas (IoMT).
No universo digital – do qual a saúde faz cada vez mais parte – os players precisam enfrentar os desafios impostos com velocidade, flexibilidade, otimização de custos e, é claro, sem nunca perder de vista as expectativas do usuário.
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