Evento promovido nesta semana em São Paulo, reuniu players do mercado financeiro para debater o projeto piloto do real digital que, passado esse desafio inicial da privacidade, carrega potencial de ganho de automação, simplificação e diminuição da burocratização dos processos, redução do custo de transação e, a longo prazo, a inclusão digital e de acesso a produtos e serviços financeiros para novos entrantes
A TQI – empresa mineira de tecnologia e inovação que há 30 anos atua como extensão dos clientes nas áreas de financeiro, telecom e atendimento, logística e transporte, conteúdo e serviços, saúde, agro & aviação – promoveu nesta terça-feira (24) no Espaço Next Door do Restaurante Cantaloup, em São Paulo, o 1º Fórum de Inovação – DREX.
O evento destacou os impactos da agenda de inovação do Banco Central (Bacen) e trouxe luz à questão da privacidade, tida como o desafio central do processo de desenvolvimento e início da operação da primeira moeda digital oficial da história do Brasil. Ainda em fase de testes, a perspectiva é que o real digital esteja vigorando plenamente até o início de 2025.
Especialistas presentes no evento destacaram que os desafios serão grandes, mas quando solucionados, antevêem a incorporação de todos os benefícios da economia tokenizada: ganho de automação, simplificação e diminuição da burocratização dos processos, redução do custo de transação e, a longo prazo, a inclusão digital e de acesso a produtos e serviços financeiros para novos entrantes.
A programação do 1º Fórum de Inovação começou com a palestra de Carlos Augusto de Oliveira, diretor executivo da Associação Brasileira de Fintechs, que traçou um panorama completo das inovações implementadas pelo Bacen nos últimos dez anos até a chegada dos testes para a viabilização do real digital.
“A falta de privacidade é sem dúvida o principal problema a ser resolvido. Hoje no projeto piloto do DREX, um banco faz a transação para outro banco e todas as demais instituições dentro da plataforma têm acesso às informações, como acontece naturalmente no ambiente transacional das criptomoedas. É preciso alterar esse aspecto, garantindo que não haja prejuízos na performance e provoque uma degradação da solução. Não temos ainda um sistema de blockchain capaz de rodar como o Pix, por exemplo, que tem tempo de resposta pequeno, pouco consumo de energia e latência baixa”, comenta.
Larissa Moreira, coordenadora de crypto e CBDC (Central Bank Digital Currency) do Itaú Unibanco, que também é líder da squad de Negócios do GT CBDC na Febraban (Federação Brasileira de Bancos), reitera a afirmação.
“A privacidade é o desafio deste momento. Existem algumas soluções que estamos testando, mas que também geram questionamentos de como faremos para adaptar as características, regulações e requisitos oriundos de um ambiente regulado, estável e resiliente – como é o mercado financeiro hoje -, para serem incorporadas a uma tecnologia que é completamente antagônica em sua essência, descentralizada, com todo mundo tendo acesso a tudo”, diz.
Larissa acredita que existem possibilidades promissoras para solucionar esse desafio, mas ainda é uma incógnita se elas conseguirão entregar escalabilidade. “Eu tenho uma visão de que existem duas grandes rodovias lado a lado: uma no âmbito regulado, CBDC, de bancos centrais, mas temos também uma via da economia tokenizada. Hoje no Brasil já temos um marco legal de criptoativos em vigor, temos também o projeto do Bacen de desenvolver uma infraestrutura legal para regular as emissores de ativos virtuais e distribuidores. Não tem possibilidade de retrocesso: o desafio é conectar os dois mundos e absorver os benefícios da tecnologia”, complementa.
Benefícios para a sociedade
Os dois especialistas participaram de um painel mediado por João Bezerra Leite, membro do conselho consultivo da TQI e que acumula 35 anos de experiência em tecnologia, pagamentos e banking, tendo passado por diversas posições executivas no Itaú-Unibanco e Rede, contando ainda a participação de Dorival Dourado Jr., também conselheiro da empresa e ex-VP global de Produtos do Grupo Experian.
Os quatro discorreram sobre como o novo sistema de registro de operações financeiras deve transformar o sistema econômico, investigando quais as possíveis consequências da implementação do DREX em curto, médio e longo prazo para a economia nacional.
Dourado Jr. enxerga essa inovação do setor financeiro dentro de três perspectivas. “O DREX precisa envolver necessariamente a simplificação dos processos, redução do custo de transação e na inclusão social. Precisamos trabalhar para que essas inovações levem realmente o benefício direto para a sociedade, não resolva simplesmente o problema do regulador, então entendo que temos que construir essa agenda junto às entidades envolvidas no processo”, reforça.
E levanta uma reflexão. “Sempre falamos muito em inclusão financeira. Mas sempre que temos um regulador muito forte, tem-se que tomar cuidado para não haver uma “intrusão financeira”. Sei que é um assunto polêmico, mas acredito que o próprio ecossistema pode se organizar para garantir que os princípios básicos estejam mantidos nessa iniciativa”, conclui.
João Bezerra Leite complementa o pensamento de Dourado. “A forma como o mercado privado, os bancos e as fintechs, reagirem à criação do DREX, que eu espero que seja uma reação altruísta e positiva para beneficiar a sociedade, é o que terá poder de fazer com que o nível de intrusão financeira de um Bacen forte seja menor”, opina.
Sobre o evento
Fernando Zei, CEO da TQI, explicou que a ideia do evento foi promover uma conversa aberta sobre os desdobramentos, potencialidades e consequências do lançamento do DREX.
“Estes eventos corporativos proporcionam um rico networking entre especialistas na tecnologia para o ambiente financeiro, promovendo troca de experiências e democratização de informações relevantes. O fórum foi criado para compartilharmos os diversos assuntos que a TQI está acompanhando bem de perto, para gerar insights únicos”, comentou.
Helvécio Ribeiro, CFO da empresa, contou que a missão da TQI é alavancar o desempenho e o negócio de seus clientes. “Ajudamos nossos parceiros a transformar seus negócios implementando, integrando, implantando e sustentando soluções digitais, que impactam na operação e geram valor. Como disse Peter Drucker, a melhor forma de prever o futuro é criá-lo. E é o que estamos fazendo aqui hoje”, disse.
Cristiano Oliveira, COO, acredita que o evento foi importante para informar o mercado quais são as principais novidades e desdobramentos sobre a primeira moeda digital oficial do Brasil. “Nos preocupamos muito com a inovação e queremos compartilhar com o mercado os insights e novidades que a TQI pode trazer para os diversos segmentos. A TQI atua fortemente no segmento financeiro e está em constante mutação. Queremos ser ágeis em nos reinventar, o DREX é mais um momento de virada, e estamos saindo na frente.”, conclui.
Sobre a TQI
Fundada em 1992, a TQI é uma empresa de tecnologia e inovação que atua como extensão dos clientes nas áreas de financeiro, telecom e atendimento, logística e transporte, conteúdo e serviços, saúde, agro & aviação.
Seu objetivo é o de transformar o negócio dos clientes por meio de soluções ágeis em tecnologia e inovação constantes. A matriz é localizada na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, com filial em São Paulo (SP).
Com um time de alta performance, engajado e apaixonado por resultados e um relacionamento muito próximo com cada um dos clientes, a TQI entrega excelência.
O jeito de ser da companhia e sua forma de trabalhar transformam ideias em soluções extraordinárias. A empresa oferece soluções sob medida para negócios que precisam desenvolver projetos na área de tecnologia e buscam um parceiro de confiança.
A TQI foge do padrão das “fábricas de software”, já que sua ideologia envolve compreender de fato a essência do negócio do cliente e criar valor com inteligência de negócios, com métricas balanceadas no processo e dados para tomada de decisão.
A experiência que a TQI proporciona aos seus colaboradores é um fator competitivo crítico. Através de um processo de atração cauteloso, a empresa oferece uma vivência única desde o processo de recrutamento ao offboarding.
Trabalhar na TQI é bem visto por seus colaboradores. Em pesquisa realizada pelo Great Place to Work (GPTW), o índice de satisfação dos colaboradores da TQI alcançou 95%, reforçando que todo o compromisso da marca com uma cultura que valoriza a diversidade é um diferencial reconhecido pelos seus colaboradores.
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