Pandemia acelerou investimentos no serviço na nuvem, mas monitoramento dessa despesa ainda desafia empresas, aponta especialista
A recente crise gerada pela pandemia de coronavírus acelerou os investimentos em armazenamento em nuvem. Segundo o relatório “Impacto COVID-19 no mercado de computação em nuvem”, o mercado desses serviços somados (IaaS, PaaS e SaaS) deve atingir, globalmente, US$ 295 bilhões até 2021 (algo em torno de R$ 1,6 trilhão) – alta de 12,5% em relação a este ano.
Os dados vão ao encontro de uma outra pesquisa, realizada pela empresa de tecnologia americana Flexera.
Ela identificou que o uso de cloud computing será maior do que o planejado antes da pandemia – resposta dada por mais da metade (59%) dos 750 executivos ouvidos.
No entanto, para obter a economia esperada com a migração, mesmo que automaticamente as empresas se livrem de despesas com manutenção de data center, é necessário implementar um plano de gestão de gastos com cloud, aconselha Valdemir Silveira, Executivo de Operações e Negócios da Supero Tecnologia, empresa de soluções em TI com 17 anos de atuação.
“Ter uma gestão de custos com cloud não é apenas gerar economia, mas identificar problemas e oportunidades, além de garantir a segurança de toda a infraestrutura de TI. Mas muitas empresas ainda têm dificuldades para fazer esse monitoramento e acabam gastando acima do orçamento previsto ou perdendo dinheiro sem obter as vantagens esperadas dos provedores”, explica Valdemir.
O problema é mais comum do que se imagina. Segundo a consultoria global Gartner, 80% das organizações vão exceder o orçamento para a cloud IaaS devido à falta de monitoramento de gastos e gestão de custos com este serviço, e até 2024 praticamente todas as aplicações legadas migradas para a infraestrutura de cloud pública vão precisar de otimização para serem efetivas em termos de custo.
“É algo aparentemente contraditório, pois em relação aos data centers tradicionais, cujo uso eficiente não significa automaticamente economia, a computação em nuvem proporciona uma visibilidade maior dos custos com TI. Hoje, os provedores têm diferentes ferramentas e tecnologias que ajudam a gerenciar os recursos cloud, como APIs que dão acesso a sistemas de contas e aos dados usados, para que se calcule o valor das contas”, ressalta Silveira.
De acordo com a Gartner, o desafio existe, entre outras razões, porque muitas organizações contratam recursos desnecessários, há muitas opções de produtos dos provedores e logo inúmeras possibilidades de combinações. As organizações têm dificuldade de identificar e selecionar as mais adequadas em termos de custo-benefício.
“O monitoramento de custos, ao contrário do que muitos pensam, não é uma preocupação operacional ou financeira apenas, mas uma questão multifacetada, que deve estar correlacionada aos KPIs de negócio e a um ROI (Retorno sobre Investimento), bem como a outros times“, explica o executivo.
Confira abaixo um passo a passo para monitorar os gastos com cloud, segundo a consultoria Gartner.
- Planeje: defina a arquitetura da nuvem baseada em requisitos de negócio, escolha o modelo de preço, preveja o consumo baseado nos requisitos e modelos de preço adotados e estabeleça o orçamento;
- Monitore os gastos: defina métricas de gasto e identifique as áreas que mais gastam ou cujo gasto está crescendo rapidamente, bem como recursos não utilizados;
- Atue: sobre as oportunidades de melhoria e aplique práticas de redução de custo; identifique áreas para automatizar tanto para monitoramento quanto para resolução de perdas e avalie o Retorno sobre Investimento (ROI);
- Desenvolva: adote ferramentas nativas dos provedores ou de outros fornecedores, amplie iniciativas, correlacione custos a valores de negócio.
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