Instalar centros de dados no espaço, antes restrita à ficção científica, agora se tornou pauta concreta entre CEOs de maiores empresas de tecnologia do mundo
A ideia de instalar centros de dados no espaço, antes restrita à ficção científica, agora se tornou uma pauta concreta entre CEOs das maiores empresas de tecnologia do mundo. Como publicou a Exame em reportagem recente, executivos como Sundar Pichai (Google) e Elon Musk defendem que a órbita terrestre pode ser o próximo ambiente para suportar a explosão de demanda computacional causada pela inteligência artificial.
A demanda de IA acelera a corrida espacial
Segundo a Exame, Pichai afirmou que a Google já desenvolve iniciativas voltadas ao lançamento de módulos orbitais equipados com TPUs para processamento de IA. A justificativa é simples: a capacidade elétrica e de refrigeração na Terra chegou a um limite crítico, enquanto o espaço oferece energia solar abundante e temperaturas mais fáceis de dissipar por radiadores térmicos.
A pressão sobre a infraestrutura física também tem sido destacada pela imprensa internacional. O Financial Times publicou que o crescimento da IA provocou um “apetite energético insustentável” nos centros de dados existentes, levando governos e empresas a buscarem alternativas além do planeta.
Quem já está testando data centers orbitais
A corrida já começou, e não apenas com gigantes consolidadas:
- Google – A Fortune revelou que a empresa desenvolve o “Project Suncatcher”, que pretende usar energia solar contínua e comunicação óptica entre satélites para criar uma infraestrutura de computação de alta performance no espaço.
- Starcloud e Nvidia – O Tom’s Hardware noticiou que GPUs Nvidia H100 serão enviadas à órbita como parte de um teste para validar um modelo de “cloud espacial”, usando painéis solares e módulos de dissipação térmica.
- Lonestar Data Holdings – A Reuters publicou que a empresa projeta construir o primeiro data center da história na superfície lunar, focado em armazenamento resiliente de longo prazo.
Essas iniciativas mostram que a ideia não é apenas especulativa: há investimentos reais, hardware já em produção e planos públicos de lançamento.
O impacto para IA, segurança digital e blockchain
Centros de dados orbitais podem transformar o ecossistema de IA ao oferecer:
- Energia solar contínua, sem oscilações de rede;
- Ambiente naturalmente isolado para segurança e resiliência;
- Possibilidade de reduzir custos operacionais a longo prazo.
Para o universo de segurança digital e blockchain, a computação espacial abre novas fronteiras:
- Menor dependência de infraestrutura terrestre, que sofre limitações de energia e regulamentações locais;
- Potencial para redes de validação descentralizadas com alta disponibilidade;
- Ambiente físico menos suscetível a ataques locais, desastres naturais ou sabotagem.
A descentralização “fora da Terra” pode se tornar uma camada adicional para a infraestrutura crítica de dados, inclusive para blockchains públicas e privadas.
Obstáculos ainda gigantescos
A empolgação, porém, convive com desafios significativos:
- O Dataconomy lembra que o custo de colocar hardware em órbita ainda é elevado, apesar da redução trazida por foguetes reutilizáveis.
- A Fortune alerta para o problema da radiação espacial, que pode degradar chips em poucos anos se não forem protegidos adequadamente.
- A Reuters destacou que manutenção, vida útil dos equipamentos e protocolos de segurança orbital são pontos sem solução definitiva.
Ou seja, apesar do avanço, ainda é preciso superar barreiras técnicas, econômicas e regulatórias antes que data centers orbitais façam parte da infraestrutura comercial global.
Conclusão
A corrida por centros de dados no espaço sinaliza a próxima fronteira da computação. O avanço da IA forçou as big techs a repensarem limites físicos, energéticos e tecnológicos — e a órbita terrestre surge como alternativa concreta.
Para o setor de identidade digital, blockchain e cibersegurança, essa mudança pode criar um novo paradigma: infraestruturas críticas fora do planeta, com resiliência ampliada e menor dependência das limitações terrestres.
A década que se inicia definirá se veremos a “cloud” evoluir para a “space cloud” e os primeiros movimentos mostram que esse caminho já está sendo pavimentado.
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