Por Levon Kalaydjian*
Segundo a edição de abril da CEO Outlook 2024, pesquisa global recorrente que a EY faz com lideranças, 49% das empresas de manufatura e mobilidade avançadas integraram totalmente as mudanças de produtos ou serviços orientadas por inteligência artificial em seu processo de alocação de capital e estão investindo ativamente em inovação baseada nessa tecnologia. Mais do que isso, até 2030, espera-se que 96% das empresas aumentem o investimento em inteligência artificial de manufatura.
Sem rodeios: a IA chegou e veio para ficar. Mas e agora, o que fazer? E mais importante ainda: como surfar essa onda da melhor maneira possível? Afinal de contas, é fundamental entender que adaptar-se ao uso da inteligência artificial não é apenas uma atualização tecnológica, mas também um processo de mudança na gestão e na operação, para ampliar a resiliência e alcançar a sustentabilidade dos negócios a longo prazo.
Neste contexto, é fundamental que o setor utilize a inteligência artificial, incluindo a generativa (genIA) e outras tecnologias, para impulsionar inovações, melhorar a eficiência, produtividade e qualidade. Caso contrário a resistência à mudança (ou a adoção lenta dessas novas tecnologias) pode ameaçar a sobrevivência das empresas. No final do dia restam duas possibilidades: se adaptar ou arriscar ser superado, como reforça o CEO Outlook 2024, que mostra que quase 45% dos CEOs de manufatura avançada acreditam que a IA é uma força para o bem que pode ter um impacto positivo na eficiência e inovação dos negócios.
Os que saltaram na frente já estão capturando resultados significativos: melhoras no acerto das previsões de demanda com o uso de modelos mais robustos, redução de inventários ao longo da cadeia com a aplicação de mecanismos de resposta rápida a variações de consumo, melhorias de custos e redução de emissões com otimizações de rotas em tempo real, operações de manutenção melhor planejadas com modelos preditivos, automação de tarefas repetitivas, etc. enfim – a gama de aplicações é virtualmente infinita!
Porém, sempre vale lembrar que a inteligência artificial funciona de forma essencialmente inteligente se houver dados. E, quanto mais essa inteligência analisa dados, mais se aprende com eles. Mas essa tarefa de usar os dados não é simples. Segundo pesquisa do Manufacturing Leadership Council, 65% dos líderes do setor veem desafios no acesso a dados, formato, integração e governança para a adoção total de IA. Soma-se a isso também, a dificuldade para encontrar profissionais com habilidades em IA e análise de dados necessários para implementar e usar o GEN-AI de forma eficaz e a segurança desses dados. É imprescindível que a IA seja usada de forma responsável e segura, protegendo a privacidade dos dados e evitando viés nos resultados.
Por fim, precisamos ter a tranquilidade de saber que a cadeia de suprimentos existe há séculos e sempre aproveitou novas tecnologias para se adaptar e melhorar. Alguns veem a IA como uma tendência ou apenas modismo, mas a IA é uma jornada. Um estudo da EY indica que as empresas que incorporaram IA no gerenciamento de demanda, processamento de pedidos e logística viram melhorias de até 70% na precisão de suas previsões. Então, o que você está esperando?
*Levon Kalaydjian é Sócio-líder de Advanced Manufacturing and Mobility da EY para América Latina
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