As ações da Nvidia caíram 16,62%, impulsionadas pela ascensão da DeepSeek, uma startup chinesa criada em 2023
Nesta segunda-feira (03 de fevereiro de 2025), as ações da Nvidia caíram 16,62%, impulsionadas pela ascensão da DeepSeek, uma startup chinesa criada em 2023. A empresa ganhou destaque com o DeepSeek-R1, modelo de inteligência artificial desenvolvido com apenas US$ 5,6 milhões, desafiando gigantes como OpenAI e Google, que investem bilhões.
Para Marcio Tabach, especialista de mercado da TGT ISG e autor dos estudos ISG Provider Lens™ sobre o mercado de Inteligência Artificial, apesar da promessa de grandiosidade, ainda é cedo para apostar na tecnologia da DeepSeek como revolucionária.
“É precipitado assumirmos que, neste momento, os modelos do ocidente — como o GPT da OpenAI, o Claude da Anthropic e o LLaMA da Meta — serão superados pelo DeepSeek. Muitos dos testes que exaltam o desempenho do DeepSeek foram conduzidos pela própria empresa”, explica.
“A corrida por modelos mais eficientes será um processo natural, com muitas empresas ao redor do mundo apresentando avanços nessa área. Ter um modelo novo com bons resultados em testes não é exatamente uma novidade. A verdadeira novidade no caso do DeepSeek é que ele parece ser altamente eficiente em seu funcionamento, utilizando poucos recursos de processamento”.
Segundo Tabach, a eficiência do DeepSeek só poderá ser avaliada quando ele for colocado em produção, aplicado em sistemas e ambientes corporativos reais. “Outros modelos, como os já citados GPT e Claude, ainda enfrentam desafios relacionados ao retorno sobre investimento e, principalmente, à confiabilidade. Essa confiabilidade inclui questões como alucinações do modelo, vieses, conteúdo tóxico e a capacidade de ser utilizado de forma segura e eficiente em decisões corporativas ou na substituição de mão de obra humana”.
Um exemplo prático apontado pelo especialista é que, quando questionado sobre acontecimentos históricos da China, a IA não apresentou uma resposta. Segundo Sidney Correa Nobre, analista da TGT ISG e autor dos estudos ISG Provider Lens™, as preocupações com a segurança da IA não se resumem aos novos modelos.
“Estamos lidando com uma tecnologia nova, tanto em sistemas quanto em processamento, que ainda não está sujeita à regulamentação e cujos resultados não são plenamente tangíveis. Diferentemente de setores como o financeiro, que possuem regras consolidadas, a IA opera com padrões em fase de estruturação”, explica o especialista.
“Nos setores tradicionais, há uma separação clara entre informações públicas e privadas, bem como suas respectivas performances e credibilidades, com regulamentações mais definidas. No entanto, em ambientes como a nuvem, que ainda não possuem um formato regulatório ou previsão de regulamentação, haverá incertezas e, naturalmente, uma disputa de preços e mercados, além de muitos rumores”.
Sidney compara a trajetória da inteligência artificial ao início da era dos computadores e ao surgimento dos primeiros vírus. “No começo, não havia entendimento sobre como lidar com o problema. O mesmo deverá ocorrer com a IA: serão necessários esforços coletivos e contínuos para enfrentar as novas ameaças. Os impactos vão muito além da segurança. Envolvem a qualidade das informações, os riscos associados ao uso de dados e a necessidade de uma governança mais abrangente. Sem atenção a esses fatores, a confiabilidade das informações geradas pela IA pode ser colocada em xeque, assim como aconteceu com o Wikipedia em seus primeiros anos, quando a ausência de curadoria gerou inconsistências”, finaliza Sidney.
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