Pesquisa Deloitte CPO Survey 2025 revela aumento dos investimentos em GenAI e automação, desafios com dados e talentos digitais e o papel estratégico da área de compras
A área de compras das empresas tem sido cada vez mais demandada a viabilizar ganhos de eficiência operacional e tem apostado na transformação digital para alcançar esse objetivo de forma sustentável e estratégica, conforme mostra a 12ª edição da pesquisa Global Chief Procurement Officer Survey 2025, realizada pela Deloitte.
Com base em respostas de 265 líderes da área de compras (Chief Procurement Officer – CPO) de empresas de 10 setores distintos, em 40 países, o levantamento revela que esses executivos veem a tecnologia, especialmente soluções digitais e Inteligência Artificial Generativa (GenAI) – como fator-chave para gerar eficiência, reduzir custos e mitigar riscos.
A renegociação direta com fornecedores segue como uma das frentes mais acionadas para a geração de savings. Segundo a pesquisa, 41% dos executivos da área de compras destacaram a renegociação de contratos como ação prioritária. Ainda, o mesmo percentual (41%) cita a transformação digital como prioridade, tanto como motor de mudança quanto como facilitador essencial para todas as outras estratégias utilizadas.
“A transformação digital deixou de ser uma tendência para se tornar uma realidade incontornável nas operações de compras. As empresas que estruturarem suas áreas com base em dados, automação e inteligência artificial estarão mais preparadas para enfrentar as incertezas e aproveitar oportunidades estratégicas”, afirma Márcio Panassol, sócio de Business Process Solutions da Deloitte.
Outras prioridades citadas pelos executivos são o aumento do nível de colaboração com fornecedores (38%), a consolidação de gastos (34%), o aprimoramento da gestão da demanda (33%) e o desenvolvimento da resiliência das cadeias (29%).
O cenário global com mercado inflacionário e disputas comerciais emergentes tem elevado o nível de complexidade na gestão de fornecedores e aumentado a pressão por resiliência. No Brasil, esse panorama é ainda mais desafiador com o índice de inflação, a taxa de juros e a implementação da reforma tributária do consumo a partir de janeiro de 2026.
“Mais do que garantir abastecimento, os líderes da área de compras precisam construir cadeias mais estratégicas, diversificadas e preparadas para as mudanças tributárias internas e para responder rapidamente a choques externos. Isso demanda investimentos em mapeamento de riscos, revisão de fornecedores e maior visibilidade sobre os efeitos da reforma, para entender os impactos na cadeia de valor e preparar as operações. As empresas que fizerem essa preparação terão um diferencial de competitividade”, ressalta Giuliano Babbini, sócio de Soluções de Supply Chain & Network Operations da Deloitte.
Na pesquisa, os CPOs também elegeram cinco prioridades de suas empresas para este ano, sendo que 72% citaram melhoria das margens pela redução de custos; 68%, aumento de eficiência operacional; 67%, transformação digital e GenAI; 64%, expansão orgânica; e 63%, melhorar a gestão de risco.
A diferença de menos de 10 pontos percentuais entre as prioridades mais mencionadas indica que esses objetivos têm quase o mesmo peso para esses executivos e que eles estão sendo desafiados a entregar valor de forma ampla e multidimensional.
“Vale ressaltar que tanto o aumento da eficiência operacional quanto a transformação digital e a GenAI são maneiras de não apenas reduzir custo, mas também perenizar ao longo dos anos subsequentes as reduções de custo obtidas”, explica Marcos Pereira, sócio de Supply Chain da Deloitte.
Papel central da GenAI e da automação
A pesquisa mostra que 62% dos Digital Masters – organizações que se destacam na vanguarda do uso da tecnologia, estão priorizando a adoção da GenAI para gerenciar cargas de trabalho de forma mais ágil e inteligente, contrastando com apenas 15% dos chamados Followers, que seguem a tendência. Além disso, 60% dos Digital Masters utilizam ferramentas de automação mais flexíveis, como orquestração de processos e soluções low-code/no-code, enquanto apenas 18% dos Followers adotam práticas similares.
Os líderes da função de compras estão alocando em média 20% de seus orçamentos para tecnologias os Digital Masters direcionarão 24% neste ano fiscal, valor que deve subir para 26% no próximo exercício. Já os Followers estimam uma evolução de 18% para 19%.
Os Digital Masters também relataram um impacto 44% maior das tecnologias de próxima geração e retornos significativamente maiores para todos os investimentos feitos em tecnologia digital. O retorno médio em GenAI dos Digital Masters é de 3,2x sobre o valor entregue por seus investimentos, enquanto o dos Followers são estimados em 1,6x.
O estudo também destaca que a compreensão e adoção de GenAI variam amplamente entre as organizações. Enquanto 43% dos Digital Masters dizem ter boa ou ampla compreensão sobre IA, apenas 7% dos Followers se sentem igualmente preparados – uma diferença que reforça a urgência da qualificação contínua.
A crescente sofisticação das tecnologias, especialmente a GenAI, evidencia um novo desafio: a escassez de competências digitais. Apenas 4% dos CPOs afirmam ter plena confiança na capacidade de suas equipes para executar suas estratégias, e 36% identificam habilidades digitais como a principal lacuna de talento em suas organizações.
O levantamento revela uma correlação clara entre competências digitais e desempenho. CPOs que combinam investimentos em tecnologia com programas estruturados de capacitação têm reportado retornos significativamente maiores. Os Digital Masters, por exemplo, são 1,5 vez mais propensos a aplicar tecnologias de próxima geração em áreas como analytics, processamento de faturas e compras.
“Não se trata apenas de implantar novas tecnologias, mas de criar as bases para uma mudança estrutural na forma como a área de compras gera valor. A combinação de tecnologia de ponta com um time qualificado e digitalmente fluente é o que diferencia os líderes em performance”, ressalta Giuliano Babbini.
Há preocupações significativas quanto à governança, privacidade de dados e maturidade das soluções oferecidas por fornecedores. Os maiores riscos internos apontados foram qualidade dos dados (43,97%), segurança/compliance (35,41%) e capacidades internas de TI e IA (35/02%), enquanto, externamente, destacam-se preocupações com privacidade de dados (68,02%) e limitações dos provedores (43,72%).
“O desafio da adoção da GenAI está tanto na tecnologia quanto na governança e no talento. É preciso ter uma estratégia clara de como aplicar essas ferramentas com responsabilidade, respeitando a integridade dos dados e capacitando as equipes para extrair valor real desses recursos”, completa Márcio Panassol.
A pesquisa indica que o setor de compras está em um ponto de inflexão. Com a intensificação das pressões econômicas e geopolíticas e a necessidade crescente de gerar impacto estratégico, os CPOs enfrentam o desafio de transformar seus modelos operacionais.
“Os agentes de mudança serão aqueles que investirem com inteligência em tecnologia e talento. A revolução digital em compras não é apenas uma questão de eficiência – é uma oportunidade única de ampliar o impacto estratégico da função e posicioná-la como protagonista da inovação nas empresas”, conclui Marcos Pereira.
Sobre a Deloitte
A Deloitte é a organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mercado, com mais de 470 mil profissionais em todo o mundo, gerando impactos que realmente importam em mais de 150 países e territórios. Com base nos seus 180 anos de história, oferecemos serviços de auditoria, asseguração, consultoria, impostos e serviços relacionados para quase 90% das empresas da lista da Fortune Global 500® e milhares de outras organizações.
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