A inteligência artificial (IA) está desempenhando um papel cada vez mais importante na segurança eletrônica
Por Lucas Kubaski
Pautada na capacidade de autoaprendizagem, a inteligência artificial (IA) está desempenhando um papel cada vez mais importante na segurança eletrônica, acelerando pesquisas por meio de recursos analíticos mais ágeis, dando assertividade na produção de estudos, relatórios e até antecipando lançamentos de produtos.
Principalmente soluções para situações críticas de risco e emergências poderão ser aprimoradas de forma mais efetiva e rápida a partir desta tecnologia.
No sentido tradicional, a vigilância consiste em seguir movimentos. Em todo o mundo, os governos vêm investindo fortemente na criação de uma infraestrutura de vigilância.
Porém, temos hoje cerca de 770 milhões de câmeras no mundo (54% delas na China), segundo relatório da CNBC, e um contingente de profissionais não suficiente para monitorá-las 24 horas por dia e 7 dias por semana.
No entanto, a inteligência artificial pode processar cada quadro e apresentar análises em tempo real para salvar vidas. Essa tecnologia é capaz de mapear, localizar e controlar pessoas.
O software baseado em IA ajuda a restringir a atenção dos operadores para que possam se concentrar em outras áreas cruciais, além de detectar anomalias, como uma pessoa entrando em uma área restrita ou comportamento incomum, informando a situação ao sistema.
Questões que envolvem a segurança eletrônica como rastreamento de pessoas, monitoramento de áreas, ocupação de estacionamento, análise de veículos e monitoramento de tráfego são cruciais.
Durante a pandemia, muitas empresas dedicaram esforços consideráveis na construção de sistemas baseados em IA para garantir o distanciamento social em áreas públicas.
Países como os EUA e a China implantaram milhões de câmeras e lideram o mercado de vigilância baseada em IA. De acordo com o índice AIGS (Vigilância Global de Inteligência Artificial), pelo menos 75 dos 176 países em nível mundial estão utilizando tecnologias de vigilância baseadas em IA.
A China é considerada destaque na vigilância baseada em IA, fornecendo tecnologias baseadas em IA para pelo menos 60 países.
IA e Big Data: caminhando em conjunto
IA e Big Data estão intimamente ligados. Sem a coleta e análise de vasto volume de dados, é impossível existir uma Inteligência Artificial eficiente.
Essa tecnologia aprende com adição de dados que são cruzados, analisados e usados para o entendimento de padrões de uso e de consumo.
Assim, quanto melhores forem as ferramentas de IA e de análise e gestão de dados, mais adequados serão os resultados de recomendação e personalização.
Atualmente, as ações de segurança ainda são bastante reativas e é necessário torná-las preditivas. Por exemplo, câmeras de segurança com IA podem detectar o policial mais próximo disponível em caso de assalto, vandalismo ou algum tipo de incidente ocorrido numa determinada comunidade.
As câmeras com IA são capazes, como exemplo, de detectar expressões faciais e comportamento de suspeitos que antecedem um crime e assim acionar um alerta antes da ocorrência.
A mesma situação poderia ser levada a um estádio de futebol. A IA dotada de analytics seria capaz de indicar índices e probabilidades de conflitos entre torcidas de futebol, conforme características do campeonato e das torcidas. Com estas informações, é possível tomar decisões para reforçar a segurança e prevenir a violência.
Com coleta de dados em tempo real e em grandes volumes, o Big Data fornece o ambiente ideal, armazenando e gerenciando conjuntos de dados, permitindo atualização constante dos modelos de IA e garantindo que eles permaneçam relevantes e precisos à medida que novos dados se tornam disponíveis.
Sua capacidade de processamento permite realizar tarefas como reconhecimento de padrões, processamento de linguagem natural e análise de imagem, além de possibilitar a descoberta de padrões e promover correlações que podem não ser evidentes em conjuntos de dados menores. A IA pode então usar esses padrões para fazer inferências e tomar decisões corretas.
A aplicação dessas funcionalidades para o setor de varejo, como exemplo, possibilita criar campanhas personalizadas, ofertar promoções pontuais por meio de câmaras que detectam a localização do consumidor num determinado setor da loja, corredor ou gôndola.
A IA e o big data trabalham em conjunto para extrair valor significativo dos dados, melhorar a precisão das previsões e promover a automação inteligente em várias indústrias e para várias aplicações.
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