Conhecida como o lado escuro da internet e frequentemente discutida em fóruns sobre limites e segurança da maior rede de computadores do mundo, a deep web tornou-se quase um sinônimo de perigo, e um estudo realizado recentemente pela Universidade de Portsmouth prova o porquê.
A pesquisa, apresentada no congresso Computer Chaos realizado na cidade de Hamburgo em Dezembro de 2014, mostrou que 80% dos internautas anônimos da deep web procuram conteúdos relacionados à pedofilia e pornografia infantil.
Para chegar a esse resultado o responsável pelo estudo, Garet Owen, precisou de seis meses de investigação constante no software Tor, usado para acessar a rede sem identificação.
A pesquisa traçou um retrato bastante complicado do lado subterrâneo da Internet. Fóruns de drogas e contrabando são a maiores categorias ocultas do Tor que estão sob proteção, porém, ainda assim, o tráfego para eles é ofuscado por visitas aos locais com conteúdo de abuso infantil.
Quatro em cada cinco acessos escondidos pelo Tor são visitas à destinos online com conteúdo de pedofilia, como apresentou o estudo de Owen.
Polêmica…
Quando o assunto é deep web existe uma vasta discussão com prós e contras de seu uso. Aqueles que são a favor , acham que proibi-la seria uma maneira de coibir a liberdade de expressão, por outro lado, porém, como apresentou a pesquisa o ambiente é usado de forma ilícita e incentiva a ação criminosa.
De acordo com especialistas a pesquisa pode levantar fortes dúvidas sobre o uso da deep web como refúgio para privacidade, ponto levantado pelos defensores da rede. “Antes nós fizemos este estudo e em meu ponto de vista certamente a deep web é uma coisa boa”, diz Owen, “O fato é que está prejudicando os direitos das crianças e cria um lugar onde os pedófilos podem agir com impunidade”, completa.
Além de levantar os dados de acessos considerados alarmantes, Owen também apresentou na palestra maneiras que poderiam ser usadas para bloquear determinados serviços escondidos no Tor. De acordo com os especialistas, o uso de relays cuidadosamente configurados poderiam alterar a tabela de distribuição dos diretórios de serviço da rede Tor e dessa maneira bloquear o acesso a um serviço escondido específico.
Apesar da alternativa, até o momento nenhuma ação foi feita para coibir o cybercrime de forma efetiva. Independente do debate de ambos os lados a pesquisa apontou que os acessos a conteúdo criminoso são ainda maiores do que imaginamos e podem estar mais perto do que desejamos, portanto temos que ficar alertas.