A última milha em soluções de Internet das Coisas (IoT) deve ser híbrida, utilizando diferentes tecnologias de comunicação, dependendo do contexto
Por Fernando Paiva
Essa é uma das apostas da Vecto Mobile, uma operadora móvel virtual (MVNO) especializada em IoT. A empresa provê a conectividade móvel, mas recomenda, em diversos casos, a combinação com redes de outras tecnologias sem fio, como Lora e até satélites.
“A última milha de IoT é híbrida. Pode ser GSM, Lora, satélite etc. O hibridismo é o que vai permitir a explosão do IoT no Brasil”, diz Gerson Rolim, CIO da Vecto Mobile.
A empresa tem diversos clientes que mesclam várias tecnologias. Um deles, no campo, instalou uma rede Lora, que é acionada quando não há nenhum sinal celular. Outra, também no campo, utiliza comunicação satelital para a conexão de colheitadeiras.
Inclusive dentro de uma mesma tecnologia, como o GSM, a Vecto adota uma estratégia de utilizar múltiplas redes. Seu SIMcard vem com um software que permite que o modem embarcado no dispositivo de IoT busque pelo melhor sinal e troque automaticamente de rede caso haja falha de comunicação.
“Nosso grande diferencial é o chip multi-operadora. Ao contrário de outras teles que têm chip mono-operadora, o nosso busca pelo melhor sinal e faz troca automática. Se o sinal cai, pega outro”, explica o CIO.
A empresa tem contratos de roaming internacional com mais de 100 operadoras, o que garante a manutenção de conectividade quando dispositivos dos clientes saem do Brasil, o que pode acontecer com carros conectados, por exemplo.
O fornecedor de SIMcards da Vecto é a Idemia. A MVNO tem numeração própria, por ser uma operadora móvel virtual autorizada pela Anatel. Ela tem um acordo de uso da rede da Algar Telecom.
Atualmente há 100 mil terminais conectados à rede da Vecto. A projeção é de atingir 500 mil ao fim deste ano. Seu principal mercado é o de fintechs na área de adquirência.
Em segundo lugar vem o segmento de logística, com rastreamento de veículos. A empresa não vende as soluções fim a fim, somente a conectividade móvel. “Optamos por não concorrer com nossos parceiros. Somos empresa de infraestrutura de telefonia”, esclarece.
Fistel, o vilão
Para Rolim, o maior entrave para o crescimento de IoT no Brasil é a cobrança do Fistel, taxa anual que incide sobre cada linha ativada.
O Fistel custa hoje quase R$ 28, o que é pesado para redes de IoT, já que cada terminal gera um tíquete médio da ordem de R$ 5 por mês.
“O Fistel é o grande vilão. Você vende uma linha e tem que pagar por ela o referente ao faturamento dos próximos seis meses. Ou seja, quanto mais você vende, mais você tem que pagar na frente antes de receber o faturamento que a linha vai gerar. É um imposto pesado para M2M (machine to machine). É por causa do Fistel que não temos no Brasil tantas MVNOs ou startups de telecom”, critica.
Fórum de Operadoras Alternativas
Rolim vai participar do painel “A infraestrutura nacional para IoT”, que será realizado no dia 2 de abril, no WTC, em São Paulo, durante a segunda edição do Fórum de Operadoras Alternativas, seminário organizado por Mobile Time e Teletime. O evento também contará com painéis sobre MVNOs e redes privadas em 4G e 5G, além de apresentação de cases.
A programação atualizada e mais informações sobre a venda de ingressos estão disponíveis no site www.operadorasalternativas.com.br, ou pelo email eventos@mobiletime.com.br, ou pelo telefone/WhatsApp 11-3138-4619 (fale com Andrea Sternadt). Ingressos comprados até 8 de fevereiro têm desconto de 20%.
Fonte: Mobile Time
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