Ação de conscientização contra fraudes, inédita no Brasil, ocorrerá entre os dias 20 e 26 de outubro e reunirá 18 bancos
Atualmente, 70% dos golpes estão vinculados à captura de dados pessoais, como senhas, através de engenharia social
A FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos e 18 bancos associados promovem entre os dias 20 e 26 de outubro a Semana da Segurança Digital, com o objetivo de contribuir para a conscientização do uso seguro da internet e dos canais digitais.
O setor bancário brasileiro, de forma inédita, se alinha a ações similares desenvolvidas durante todo o mês de outubro tanto nos Estados Unidos, desde 2003, como na Europa, desde 2012, e que envolvem vários setores da economia.
Embora as tentativas de golpes ou fraudes ocorram durante todo o ano, em determinadas épocas há um aumento, justamente quando crescem as oportunidades de os bandidos agirem, como ocorre em novembro com a Black Friday.
Pesquisa da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) revela que o e-commerce espera faturar R$ 3,45 bilhões na Black Friday deste ano, que acontece no dia 29 de novembro. Este montante é 18% superior ao ano passado. Outro levantamento, do Google com a consultoria Provokers, aponta que a intenção de compra para a Black Friday aumentou 58% neste ano, e mais de 60% dos consumidores declaram preferir o mundo digital para fazer suas aquisições.
O que faz dessa megaliquidação tão tradicional nos Estados Unidos e que caiu no gosto do brasileiro uma oportunidade para os bandidos?
Quadrilhas aproveitam o momento de euforia com o grande volume de ofertas para aplicar golpes que causam grande prejuízo, especialmente usando a tática da engenharia social, que consiste na manipulação do usuário para que ele lhe forneça informações confidenciais. O cliente é induzido a informar os seus códigos e senhas para os estelionatários, o que gera as fraudes e golpes.
“Atualmente, 70% das fraudes estão vinculadas à engenharia social”, adverte Adriano Volpini, diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN. “Com a nossa ação de conscientização, queremos ajudar a criar uma forte cultura de proteção de dados em nosso país, auxiliando o consumidor no uso de suas informações de modo seguro no ambiente digital.”
Semana
Participam da Semana da Segurança Digital os bancos Agibank, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banese, Banestes, Banpará, Banrisul, Bradesco, Caixa, C6 Bank, Inter, Itaú, Pan, Santander, Semear, Sicoob, Sicredi, Tribanco e a FEBRABAN, cuja campanha irá acontecer até dezembro.
As instituições participantes usarão seus canais de comunicação para divulgar a Semana da Segurança Digital.
Entre os principais temas que serão abordados na Semana da Segurança Digital estão golpes através do WhatsApp, Instagram e Facebook.
No caso do WhatsApp, os criminosos enviam mensagens para os contatos da pessoa, fazendo-se passar por ela, pedindo dinheiro emprestado.
Uma medida simples para evitar que o WhatsApp seja clonado, e que será ressaltada na Semana da Segurança Digital, é habilitar, no aplicativo, a opção “Verificação em duas etapas” (Configurações/Ajustes > Conta > Verificação em duas etapas). Desta forma, é possível cadastrar uma senha que será solicitada periodicamente pelo app.
Outro esquema muito usado pelas quadrilhas envolve aplicativos e links maliciosos. O golpe começa com o envio de um e-mail suspeito com um link. Ao clicar, é instalado um vírus e os bandidos ganham acesso ao dispositivo do usuário. Com essa técnica, comumente chamada de phishing, eles conseguem solicitar dados, como nomes de usuário e números de cartão, para realizar transações.
A Semana da Segurança Digital também tratará de outros assuntos como privacidade de dados, boletos de cobrança, promoções imperdíveis que resultam em fraudes e o golpe do motoboy.
Investimentos em tecnologia e parcerias
Além de ações como a Semana da Segurança Digital, os bancos brasileiros atuam em várias frentes com o objetivo de contribuir para o combate aos golpes e fraudes.
As instituições investem cerca de R$ 2 bilhões em sistemas de tecnologia da informação voltados para segurança, valor que corresponde a cerca de 10% dos gastos totais do setor com essa área. Além disso, os bancos também atuam em estreita parceria com governos, polícia e com o Poder Judiciário, para combater os crimes e propor novos padrões de proteção.
Entre as tecnologias de ponta usadas pelos bancos voltadas à segurança das transações bancárias e a prevenção as fraudes, Adriano Volpini destaca as aplicações de biometria, aliadas à análise de dados, e o uso da inteligência artificial, que contribuem para processos seguros de validação de usuários, controle de ações e monitoramento de compras.
“Também destaco a tecnologia avançada dos chips, que continua sendo a solução mais segura que existe para o mercado de cartões de crédito e débito”, afirma. O Brasil é um dos mercados mais seguros do mundo, tendo sido um dos primeiros mercados mundiais a implementar o chip”, complementa.
Como os bancos se protegem?
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