Após registrar leve queda em março, a projeção feita pelos bancos para a expansão do mercado de crédito neste ano apresentou melhora
Estimativa de expansão passou de 7,9% para 8,1%, com reavaliações positivas na carteira pessoa física,
tanto no crédito livre quanto direcionado, mostra Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas.
Após registrar leve queda em março, a projeção feita pelos bancos para a expansão do mercado de crédito neste ano apresentou melhora, subindo para uma alta de 8,1% no ano ante 7,9% (pesquisa de março), revela a Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas, realizada a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O levantamento mostrou que também houve pequena melhora na expectativa para 2024 – passando de alta de 7,6% para 7,8%.
A revisão para este ano foi puxada pela alta na expectativa do desempenho do crédito destinado às famílias. A projeção de expansão da carteira livre foi revisada para cima (de +6,8% para +7,1%) em função da revisão na carteira pessoa física (de +8,3% para +8,5%).
Já em relação à carteira pessoa jurídica livre, houve redução da perspectiva de expansão, passando de 5,1% para 3,9%, refletindo o aumento do risco no segmento (caso Americanas e aumento da quantidade de pedidos de recuperação judicial), além de um possível menor apetite das empresas por crédito, especialmente para investimento, dado o cenário econômico ainda adverso.
Em relação ao crédito direcionado, a expansão esperada subiu de 8,4% para 8,8%, influenciada pela revisão positiva em pessoa física (de +8,9% para +9,6%).
Por outro lado, o crescimento esperado para o crédito pessoa jurídica direcionado caiu, porém, mas neste caso, de forma bastante marginal (de +6,9% para +6,8%).
“No geral, a pesquisa captou uma divergência entre a expectativa para o crédito destinado às famílias e às empresas. No caso do primeiro, a sensação é que o pico da inadimplência pode estar próximo, fato que pode levar a uma desaceleração menos intensa da carteira ao longo do ano”, afirma Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, que complementa: “Além disso, os estímulos implementados pelo governo e a maior resiliência do consumo das famílias também são vetores positivos importantes para evitar um maior arrefecimento da carteira.”
O diretor ressalta que, “por outro lado, o segmento corporativo continua desafiador, diante dos vários pedidos de recuperação judicial por grandes empresas, além do cenário econômico ainda incerto, fato que tende a conter tanto a oferta como a demanda, ajudando a explicar a piora das projeções no segmento”.
Ainda de acordo com a pesquisa, houve piora na perspectiva para a inadimplência da carteira livre em 2023, que subiu de 4,7% na pesquisa de março para 4,8% na pesquisa atual.
Assim, o mercado continua esperando certa deterioração do indicador até o final do ano, uma vez que a inadimplência desta carteira está em 4,6%, segundo os últimos dados Banco Central.
Para 2024, a projeção ficou estável em 4,6%, o que representaria uma ligeira melhora com relação à expectativa para este ano.
Taxa Selic
A Pesquisa de Expectativas da Febraban capturou que a maioria dos bancos participantes (68,4%) avaliou que a comunicação do Copom foi adequada, ao não sinalizar um possível corte dos juros no curto prazo.
Para eles, assegurar a convergência da inflação no cenário atual, ainda com expectativas desancoradas, não permite uma sinalização de corte. Para o restante (31,6%), o colegiado já poderia ter condicionado o início da redução da Selic, dando mais flexibilidade para sua próxima decisão.
Quanto ao início da flexibilização monetária, praticamente não houve mudança, ante a pesquisa de março, na percepção dos bancos.
A maioria (57,9%) segue apostando que ocorrerá a partir do 3º trimestre do ano e projeta o início da flexibilização em setembro (-0,5 pp), com mais dois cortes de mesma magnitude nas reuniões de novembro e dezembro, o que levaria a taxa Selic para 12,25% ao ano no fim de 2023.
Inflação
Em relação à inflação, a maioria dos participantes (68,4%) acredita que as projeções em torno de 6% para este ano estejam bem calibradas. Houve uma ligeira melhora ante a pesquisa anterior, dado que ninguém assinalou que espera que a inflação ficará acima de 6% no ano (ante 47,4% na pesquisa de março).
PIB
Pouco mais da metade dos participantes (52,6%) segue projetando um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em torno de 1% neste ano. Por outro lado, para 42,1%, a alta deve ficar próxima a 1,5%.
FED
Em relação ao aperto monetário nos EUA, é quase unanimidade entre os participantes (84,2%) que o Fed encerrou seu ciclo de alta dos juros e irá manter as taxas dos Fed Funds Rate entre 5,0% e 5,25% ao ano até o fim de 2023.
A íntegra da pesquisa pode ser acessada neste link.
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