Dados constatam que o PIX é a terceira forma de pagamento mais usada, atrás do cartão de crédito e dinheiro em espécie
Por Anderson Cichon
Com novas tecnologias surgindo a todo instante, o mercado precisa estar mais preparado do que nunca. Muitas delas vieram para facilitar o dia a dia, e é necessário se adaptar o quanto antes a essas mudanças.
O PIX é uma delas. O sistema de pagamento, projetado inicialmente no governo de Michel Temer, foi oficialmente lançado em 5 de outubro de 2020, com funcionamento integral a partir de 16 de novembro do mesmo ano.
O pix é um modelo de transferência monetária instantânea que, com sucesso, passou a ser adotado por boa parte dos estabelecimentos e cidadãos brasileiros.
A vantagem da ferramenta, entre as outras opções de transferências tradicionais, é além da instantaneidade, o funcionamento 24 horas e sem cobrança (até o momento) de taxas entre pessoas físicas.
Para compreender o alcance do PIX no mercado fitness, nós da Tecnofit fizemos um levantamento com uma amostragem de 4.163 empresas do ramo em todo o Brasil, entre janeiro e outubro deste ano.
A ideia é compreender a taxa de aceitação nesse público específico (frequentadores/clientes de academias e espaços fitness), o que não necessariamente representa as demais categorias de prestação de serviços.
Para tal estudo, consideramos três critérios de avaliação:
– volume total de transações por meio de pagamento;
– volume total de transações por meio de pagamento e mês;
– volume de vendas por meio de pagamento e mês.
Conclusões do estudo
Os dados constatam que o PIX é a terceira forma de pagamento mais usada, atrás do cartão de crédito e dinheiro em espécie, entretanto, o volume de transações no débito diminuiu em 10%, ao passo que o PIX cresce 10% a cada mês. Além disso, a nova modalidade substituiu 59% dos TED/DOC.
Ainda que o PIX não seja uma hegemonia na comunidade brasileira, e talvez isso nem aconteça 100%, acredito que ele tenha se estabelecido como preferência por boa parte do público.
A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) apontou em 2021, uma aprovação de 99% entre os jovens de 18 a 24 anos, enquanto que o público de mais de 60 anos tem uma aprovação de apenas 65%.
Como se trata de uma tecnologia recente é normal que haja essa diferença entre um grupo que já está naturalmente mais conectado que o outro.
Mesmo com essa questão, acredito que a modalidade já se posicionou com uma das principais do mercado e há uma tendência para que assuma a primeira colocação no futuro, ainda que enfrente um pouco de resistência em algumas parcelas da população.
O PIX é um produto brasileiro e atualmente só funciona nacionalmente, entretanto, com o Bank Of International Settlements tem estudado uma tecnologia capaz de replicar o sistema PIX entre cerca de 60 países, é muito provável que a confiança nesse tipo de transação se estabeleça, substituindo o TED/DOC, por exemplo, de vez.
Quais seriam os próximos passos do pix?
O próximo passo é compreender o impacto dessa modalidade na nossa fatia do mercado.
Identificar se o PIX é um fator importante para o aumento no número de clientes, já que em um estudo realizado pela Tecnofit, entre os anos de 2019 e 2022, foi constatado que em 794 estabelecimentos fitness, o número de alunos cresceu em média 18%, sendo que entre 2021 e 2022, houve um aumento de 28,18%.
Analisar o efeito do PIX nos estabelecimentos é importante não só para mensurar o impacto da tecnologia na operação, como também entender o comportamento do consumidor moderno, que está cada vez mais receptivo às novas tecnologias.
Além disso, oferecer o pix como forma de pagamento pode ser benéfico também para a saúde financeira da empresa, uma vez que não há taxas envolvidas e o dinheiro cai na conta no momento da transação.
Trata-se, a meu ver, de uma ótima oportunidade de assimilar o atual momento e se preparar para o futuro do mercado.
Sobre o autor
Anderson Cichon é cofundador e CTO da Tecnofit, plataforma de gestão focada no segmento fitness e bem-estar.
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