Especialistas destacam os aspectos positivos da medida e afirmam que haverá maior abertura econômica
A 54ª Cúpula do Mercosul está sendo realizada em Santa Fé, Argentina.
Fazem parte do bloco Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
O evento reunirá chefes de estado de países-membros e associados na próxima quarta-feira (17).
A cúpula deste primeiro semestre de 2019 é considerada como uma oportunidade, um momento de comemoração do Acordo de Livre Comércio Mercosul-União Europeia firmado no fim de junho em Bruxelas, na sede da Comissão Europeia na Bélgica.
O acordo reúne um mercado consumidor para bens e serviços de 780 milhões de pessoas, além dos Estados do Mercosul.
O secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, que participou das negociações pelo lado brasileiro, disse que o intercâmbio de produtos vai se intensificar, com impacto nos preços.
Pelo acordo, o Mercosul vai liberalizar 91% de suas importações da União Europeia em 10 anos.
Já a União Europeia vai liberalizar 92% de suas importações do Mercosul no mesmo período. Produtos sensíveis, como automóveis de passageiros, vão exigir um tempo maior para zerar as tarifas, de 15 anos. Neste período de carência, o Mercosul terá, por exemplo, uma quota de importação de 50 mil veículos por ano com tarifas menores.
O acordo com União Europeia é destaque na Cúpula do Mercosul
A cidade de Santa Fé, na Argentina, sedia a 54ª Cúpula do Mercosul nos dias 16 e 17 de julho. Entre os temas em debate, está o Acordo Mercosul-União Europeia.
Além disso, na pauta estão assuntos que impactam a vida dos cidadãos, como o acordo de roaming internacional.
“A gente quer um Mercosul que seja entendido pelos cidadãos brasileiros como um Mercosul que traz resultados concretos”, disse o secretário de Relações Bilaterais e Regionais nas Américas e responsável pelas negociações do Mercosul, internas e externas, do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva.
O embaixador explicou que durante a presidência brasileira pelos próximos seis meses do bloco a intenção é investir cada vez mais na modernização e simplificação do Mercosul. “O Brasil quer imprimir ao Mercosul um impulso, uma renovação, modernização, simplificação, desburocratização”.
O embaixador lembrou que com a chegada do novo governo, foi dado um impulso para fechar as negociações do bloco com a União Europeia. A ideia é continuar esse trabalho em busca de novos parceiros. “O que a gente quer é continuar dando impulso às outras negociações que já estavam em curso com a Coreia, Singapura, Canadá, Líbano, outras. E a gente quer abrir outras frentes, conversar com outros parceiros”, disse.
“Não nos interessa mais que o Mercosul fique com os acordos que eram parciais, incompletos do passado. Interessa ao Brasil que o Mercosul esteja na linha de frente em termos de comércio, de liberalização, de abertura pois essa é a agenda”, completou.
Novo momento
O ministro do MRE, responsável pelo Departamento de Mercosul e Integração Regional, Michel Arslanian, afirmou que o Mercosul vive um novo momento desenvolvendo uma agenda de modernização.
“Esse acordo com a União Europeia é o nosso acordo mais amplo já assinado pelo Mercosul e o primeiro acordo com grandes mercados envolvidos. Então realmente é um marco e joga uma luz no novo momento do Mercosul”, comentou Michel Arslanian.
“O Mercosul que a gente está desenvolvendo nesse semestre vai continuar na presidência brasileira no segundo semestre, está alinhado com esse movimento de reformas internas levada adiante no Brasil“, ressaltou.
Fonte: Planalto (Santa Fé – Argentina, 16/07/2019)
Foto: Isac Nóbrega/PR
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