Relatório da Universidade de Syracuse usa tecnologia de banco de dados grafos da Neo4j para mapear grupos responsáveis por veiculação de anúncios
O Instituto de Democracia, Jornalismo e Cidadania (IDJC), da Universidade de Syracuse, nos Estados Unidos, disponibilizou um novo banco de dados pesquisável que permite que o público examine os grupos que veiculam anúncios nas mídias sociais que mencionam os candidatos à presidência dos Estados Unidos, incluindo páginas coordenadas secretamente e que compartilham vídeos ou mensagens idênticas.
O trabalho é o resultado de uma pesquisa abrangente do projeto ElectionGraph, da Universidade de Syracuse. Essa é a divulgação do segundo relatório da pesquisa, que busca identificar tendências de desinformação na eleição presidencial dos EUA e em outras disputas importantes de 2024. O projeto é apoiado pelo uso licenciado da plataforma de banco de dados grafos da Neo4jⓇ, líder em análise e banco de dados de grafos.
Juntamente com o novo painel de dados disponível publicamente, os pesquisadores do IDJC ElectionGraph divulgaram um relatório que constatou que cerca de 2.200 páginas veicularam anúncios no Facebook e no Instagram entre 1º de setembro de 2023 e 30 de abril de 2024.
Os anúncios, que mencionavam os até então candidatos à presidência dos EUA, Joe Biden e Donald Trump, além de outros demais candidatos às primárias presidenciais, ultrapassaram coletivamente 1 bilhão de impressões e custaram USD 18.7 milhões.
Embora a maioria das páginas analisadas pareça estar vinculada a grupos legítimos, uma parte das páginas parece ser de “influenciadores não autênticos” que estão secretamente coordenando e executando vídeos ou mensagens idênticas. Vários desses grupos incluem informações falsas ou enganosas em seus anúncios, segundo o relatório.
A pesquisa também capturou evidências de um deepfake com áudio manipulado de figuras, incluindo Trump e o ex-apresentador da Fox News, Tucker Carlson. E as descobertas detalharam diferentes questões políticas nas quais as páginas conservadoras e de tendência progressista estão concentrando seus gastos com anúncios.
Para as páginas conservadoras, a imigração foi o principal assunto discutido, enquanto a economia foi o principal assunto para as páginas progressistas. Considerando todas as páginas analisadas, independentemente da inclinação política, os anúncios relacionados à economia receberam a maior parte do dinheiro direcionado para publicidade.
O Instituto de Democracia, Jornalismo e Cidadania é uma iniciativa universitária conjunta da Newhouse School of Public Communications e da Maxwell School of Citizenship and Public Affairs.
Os esforços da equipe incluíram a identificação das origens das mensagens e o rastreamento da desinformação por meio da coleta e da classificação algorítmica de anúncios veiculados no Facebook e no Instagram, bem como de publicações em mídias sociais no Facebook e no X, anteriormente conhecido como Twitter.
A rede de atores autênticos e não autênticos identificados na pesquisa representa apenas uma fração de todas as páginas coordenadas relacionadas às eleições. A Meta, proprietária do Facebook e do Instagram, é o único grupo de mídia social que concede a organizações aprovadas acesso a dados de anúncios. Esses dados não precisam ser divulgados e não podem ser rastreados de forma semelhante no TikTok, Google, YouTube ou Snapchat, de acordo com o relatório.
“O que essa pesquisa revela é o número surpreendente de atores sobre os quais sabemos muito pouco e que estão gastando dinheiro para atingir os eleitores com mensagens nas mídias sociais, onde há pouca transparência”, diz Jennifer Stromer-Galley, professora da School of Information Studies e pesquisadora principal do projeto.
“Isso ressalta que as plataformas de tecnologia precisam fazer mais para permitir que acadêmicos e jornalistas tenham acesso aos dados da plataforma para que os atores políticos possam ser responsabilizados pelo público americano“.
Johanna Dunaway, diretora de pesquisa do IDJC e professora de ciência política na Maxwell School, diz que o que se destaca na análise é o lembrete de que o ambiente de informações eleitorais está mais confuso do que nunca.
“Mesmo que algumas coisas permaneçam iguais – como a ênfase na economia e o foco maior na defesa e nos ataques do que nas questões -, as mensagens de grupos isolados aleatórios ou de redes ocultas complexas com motivos questionáveis tornam cada vez mais difícil identificar mensagens e fontes confiáveis de informações relacionadas à campanha“, diz Dunaway.
A prevalência de grupos não autênticos, golpes e vozes deepfake apenas dentro dos parâmetros da pesquisa mostra uma enorme quantidade de manipulação e desinformação direcionada aos americanos por meio das informações políticas consumidas on-line, diz Margaret Talev, Diretora Kramer do IDJC, professora de prática na Newhouse School e jornalista.
“Essa é uma situação de ‘cuidado com o eleitor’, mas também de ‘cuidado com o consumidor’ porque, às vezes, o que parece ser uma oferta pelo seu voto pode, na verdade, ser uma oferta pela sua identidade ou pelas informações do seu cartão de crédito“, diz Talev.
Jim Webber, cientista-chefe da Neo4j, explica que as operações secretas de redes coordenadas em espaços cívicos digitais são uma perigosa realidade moderna – enquanto a tecnologia de grafos da empresa está permitindo que os pesquisadores do IDJC “descubram os padrões e as ações ocultas desses atores secretos” e identifiquem a desinformação e o conteúdo enganoso.
Como os grafos de conhecimento apoiam o jornalismo investigativo
Um grafo de conhecimento é uma camada de insight de dados interconectados enriquecidos com semântica, contexto e significado para obter resultados e tomadas de decisão precisos, transparentes e explicáveis.
Os grafos de conhecimento da Neo4j conectam informações de várias fontes de dados, permitindo que jornalistas investigativos identifiquem e analisem padrões ocultos e descubram teias complexas de conexões.
Os resultados permitem que os repórteres investigativos revelem atores, redes e padrões de comportamento incomuns, significativos e influentes de uma forma que não é possível com nenhuma outra tecnologia.
Em 2015, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) usou a plataforma da Neo4j para revelar um dos maiores escândalos de corrupção global de todos os tempos com os Panama Papers, o que rendeu ao ICIJ o Prêmio Pulitzer.
As investigações subsequentes incluíram os Paradise Papers de 2017 e os Pandora Papers de 2021, entre outros. Além disso, a NBC usou o Neo4j para descobrir a interferência russa na eleição americana de 2016; e jornalistas computacionais usaram grafos de conhecimento da Neo4j para apoiar reportagens baseadas em fatos na eleição de 2020.
Nas eleições de 2024, o IDJC buscará insights que possam abordar questões como quem são as redes de atores mais influentes que disseminam informações em quais plataformas; quais temas estão circulando; quem são os criadores versus disseminadores; que desinformação pode ser propagada em estados decisivos, como e com que efeito; e até que ponto a desinformação gerada por IA está presente; entre outras questões.
O IDJC ElectionGraph da Universidade de Syracuse e suas descobertas são independentes e de propriedade da Universidade de Syracuse e do IDJC.
Sobre a Neo4j
Neo4j, líder em Banco de Dados Grafos & Analytics, ajuda organizações a encontrar padrões ocultos em bilhões de conexões de dados de forma profunda, fácil e rápida. Os clientes aproveitam a estrutura de seus dados conectados para descobrir novas maneiras de resolver seus problemas de negócios mais urgentes, como detecção de fraudes, visão 360 do cliente, knowledge graphs (grafos de conhecimento), cadeia de suprimentos, personalização, IoT, gerenciamento de redes e muito mais – mesmo à medida que seus dados crescem.
A full-stack completa da Neo4j oferece armazenamento de grafos nativos poderosos com capacidade de busca vetorial nativa, ciência de dados, análises avançadas e visualização, com controles de segurança de nível empresarial, arquitetura escalável e conformidade ACID. A Neo4j se orgulha de sua dinâmica comunidade de código aberto, reunindo mais de 250.000 desenvolvedores, cientistas de dados e arquitetos em centenas de empresas Fortune 500, agências governamentais e ONGs.
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