A IBM também viu o aumento do desenvolvimento e da atividade de trojans bancários baseados em .NET, visando clientes e correntistas
A IBM lançou o X-Force Threat Intelligence Index 2024, destacando uma crise global emergente de credenciais à medida que cibercriminosos têm explorado as identidades válidas dos usuários para comprometer empresas a partir do acesso indevido a informações corporativas. Em todo o mundo, 71% dos ciberataques foram causados pela exploração de credenciais válidas.
De acordo com a IBM X-Force, área de Serviços de Segurança ofensiva e defensiva da IBM Consulting, em 2023, os cibercriminosos viram mais oportunidades de ‘fazer login’ através de contas válidas em vez de ‘hackear’ redes corporativas. No Brasil, a aquisição de credenciais e a extração de dados por meio de ferramentas legítimas foram ações comuns e recorrentes entre os cibercriminosos.
“O relatório enfatiza uma crise emergente de credenciais, uma vez que os cibercriminosos têm concentrado esforços no roubo e no comprometimento de identidades válidas. Essa tendência também impacta a América Latina em todos os setores e, provavelmente, aumentará à medida que os atacantes invistam em IA para otimizar as abordagens”, diz Fábio Mucci, líder de Software da IBM Security no Brasil.
“Isso deve nos manter em alerta e reforçar nossas estratégias de controle de credenciais e acessos, bem como nos levar a promover uma abordagem mais holística em relação à segurança, especialmente na era da IA generativa.”
O X-Force Threat Intelligence Index está baseado em insights e observações do monitoramento de mais de 150 bilhões de eventos de segurança por dia, em mais de 130 países e localidades, incluindo México, América Central e América do Sul. Além disso, os dados foram coletados e analisados a partir de múltiplas fontes da IBM, como IBM X-Force Threat Intelligence, Incident Response, X-Force Red, IBM Managed Security Services, e dados fornecidos por Red Hat Insights e Interzer, que contribuiu para o relatório de 2024.
Algumas descobertas relevantes do Brasil:
>>> O Brasil continua sendo um alvo principal. Mais uma vez, o País foi o mais visado na América Latina, representando quase 68% dos incidentes apontados pelo X-Force na região. O X-Force continua a observar campanhas novas e melhoradas, especificamente direcionadas à América Latina, enfatizando uma tendência preocupante de maior risco para a região no futuro.
>>> No nível da indústria, há um empate. Os setores de Energia e Varejo foram os mais visados, cada um registrando 41% dos casos. Além disso, o X-Force observou um aumento de campanhas que aproveitam extensões maliciosas do Chrome, a maioria concentrada em instituições financeiras da região. A IBM também viu o aumento do desenvolvimento e da atividade de trojans bancários baseados em .NET, visando clientes e correntistas.
>>> Rotas de ataque. Em 2023, o principal vetor de acesso inicial no Brasil foi a exploração de aplicações públicas. Ou seja, o aproveitamento das fraquezas de computadores ou programas com acesso à Internet representaram 57% dos casos observados pelo X-Force. O uso de phishing ficou em segundo lugar, totalizando 29% dos casos.
>>> Tendências de ameaças mais observadas. As ações mais comuns no Brasil foram distribuídas de maneira uniforme entre malware (ransomware), acesso a servidores e uso de ferramentas legítimas (especificamente ferramentas para exfiltração de dados e aquisição de credenciais). Em relação ao impacto dos ataques, as implicações na reputação da marca e os vazamentos de dados foram os mais experimentados pelas organizações, com 25% cada.
Outras descobertas globais envolvendo o Brasil e a América Latina incluem:
>>> Uma crise global de credenciais prestes a piorar. Em 2023, o X-Force viu atacantes investirem cada vez mais em operações para conseguir identidades de usuários, com um aumento de 266% no malware para roubo de informações. Essa ‘entrada fácil’ dos atacantes é uma das táticas mais difíceis de detectar, gerando altos custos na resposta das empresas.
>>> “Segurança básica” pode ser mais difícil de alcançar do que se acredita. Quase 85% dos ataques a setores críticos poderiam ter sido mitigados com patche de segurança, habilitando a autenticação multifator ou concedendo menos privilégios aos usuários. Isso destaca a frequente necessidade de as organizações realizarem testes de resistência em seus ambientes tecnológicos para avaliar potenciais exposições e desenvolver planos de resposta para possíveis incidentes.
>>> O ROI dos ataques contra a IA Generativa (IAG) ainda está para ser alcançado. Os projetos de análise do X-Force indicam que, quando uma única tecnologia de IAG se aproxima de 50% de participação de mercado ou quando o mercado se consolida em três ou menos tecnologias – isso pode desencadear a maturidade da IA como superfície de ataque, mobilizando mais investimentos em novas ferramentas dos cibercriminosos. As empresas também devem reconhecer que a infraestrutura existente é uma porta de entrada para os modelos de IA – que não requerem novas táticas por parte dos cibercriminosos –, destacando a necessidade de uma abordagem mais holística para a segurança na era da IAG, conforme descrito no IBM Framework para proteger a IAG.
>>> Todos são vulneráveis. A Red Hat Insights descobriu que 92% dos clientes possuem pelo menos uma vulnerabilidade ou exposição conhecida (CVE) não abordada que pode ser explorada em seu ambiente, enquanto 80% das dez principais vulnerabilidades detectadas em todos os sistemas em 2023 receberam uma pontuação de gravidade ‘alta’ ou ‘crítica’.
>>> Configurações de segurança incorreta. Os engajamentos de testes de penetração do X-Force Red indicam que as configurações incorretas de segurança representaram 30% do total de exposições identificadas, observando mais de 140 maneiras pelas quais os atacantes podem explorar as configurações erradas.
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