A matéria-prima do momento para o marketing pode entrar em escassez
Você acredita que sua área de marketing e sua agência acompanham a LGPD? Quem são seus fornecedores de comunicação incluindo plataformas de captação de leads? Fizeram a revisão dos contratos para incluir as cláusulas sobre LGPD? Por onde andam os dados dos seus clientes e leads?
Os dados há uma década vêm sendo base para campanhas segmentadas e com alto valor de ROI (Retorno do Investimento). No entanto, a Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD (Lei n.º 13.709/2018) deve dificultar o uso de informações pessoais e, assim, provocar uma revolução no setor.
Claramente inspirada na Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR), que entrou em vigor na Europa em maio de 2018, a LGPD estabelece um curto prazo para adaptação das empresas brasileiras. O congresso nacional, ainda sob gestão do governo Michel Temer, determinou que a legislação entrará em vigor em agosto de 2020.
Devido à complexidade de adaptações que as grandes companhias e até mesmo as pequenas empresas terão que fazer, é necessário correr contra o tempo para ficar em compliance com as novas regras. Na Europa, duas gigantes do setor de tecnologia já sentiram os impactos: Google e Facebook pagaram 3,7 bilhões e 3,9 bilhões de euros, respectivamente, devido a infrações relacionadas à violação de dados pessoais de usuários.
No Brasil, a LGPD prevê multas de 50 milhões até 2% do faturamento anual bruto de empresas públicas ou privadas. Ou seja, a proteção de dados e a adequação às novas regras se tornaram exigência prioritária para empresas se manterem no mercado. No caso de agências de marketing e startups de tecnologia, um erro pode significar a falência do negócio.
Sua empresa está considerando esses riscos no ROI da captação de leads?
Como a LGPD impacta o marketing
Transparência e consentimento dos usuários são os grandes impactos causados pela LGPD, segundo Aquiles Casabona, CEO da ASB Marketing e especialista em marketing digital. “A proteção e o uso de dados são os principais desafios para o setor, trata-se de uma grande mudança. Mas é possível ficar em compliance e trazer os mesmos resultados que antes”.
Casabona explica três grandes mudanças provocadas pela LGPD: a necessidade de permissão do usuário para captação dos dados pessoais, esclarecimento quanto ao seu uso e o direito do usuário de remover suas informações pessoais.
“As agências terão que modificar o modus operandi no momento de captar dados para ações de marketing. Caso contrário, poderão ser multadas”, afirma.
A Pesquisa Nacional de Segurança da Informação, realizada em 2018 pelo grupo DARYUS, apontou que apenas 15% das empresas brasileiras estão em conformidade com a LGPD. Casabona explica que é preciso ter pressa:
“Para se adequar às novas regras, é necessário investimento e, muitas vezes, readequação de processos e soluções. Tudo isso exige tempo. Por isso, quanto antes se pensar na LGPD, melhor”.
Como ficar preparado para a LGPD?
A Lei Geral de Proteção de Dados não proíbe o uso de informações pessoais para ações comerciais, apenas prevê um maior controle do usuário. Dessa forma, há base legal para o tratamento de dados sem infringir as normas.
Para Casabona, uma boa dica é investir no interesse natural do usuário com a marca. Ou seja, focar na qualidade do conteúdo e ações que levem ao consentimento do consumidor ao uso de seus dados pessoais.
“Temos foco total em qualidade. Criamos conteúdo relevantes e que são de interesse do público-alvo. Por meio de ferramentas consolidadas no mercado e em total legalidade com a LGPD, conseguimos entender as preferências do consumidor e segmentar nossos conteúdos”, explica o CEO.
Outro ponto importante da LGPD é a violação de dados pessoais. O vazamento de informações pode levar a multas segundo a nova legislação e, diante do aumento de ciberataques no Brasil e no mundo, trata-se de um ponto crítico para empresas de todos os segmentos.
Em 2018, o Brasil teve aumento de 95,5% no número de ciberataques, segundo pesquisa da Dfndr Lab (laboratório de segurança especializado no combate ao cibercrime). Além disso, o País é considerado o 6º mais vulnerável em ataques do tipo ransomware (um modelo muito usado pelos cibercriminosos), de acordo com informações da Kaspersky – empresa russa que é produtora de softwares de segurança para a internet.
“Reestruturamos toda nossa infraestrutura de segurança da informação. Posso afirmar que estamos 100% seguros”, afirma Casabona. Em relação a ações de prospecção ativa (em que o usuário não espera uma abordagem da marca), o CEO ainda completa: “Nesses casos, usamos dados públicos e que estão em total conformidade para o uso em ações de marketing”.
Todo o relacionamento com clientes e leads terá que ser repensado!
Fonte: Terra
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