A tecnologia wearable vem se tornando uma aliada da saúde, principalmente, para coletar e monitorar dados de um paciente em tempo real
Nas academias e nos centros esportivos, ela já é popular. A tecnologia wearable, bastante utilizada por praticantes de atividade física, agora também está se tornando uma aliada da saúde, principalmente, para coletar e monitorar dados de um paciente em tempo real.
O termo wearable significa, em tradução livre, “tecnologia vestível”. Segundo informações da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), trata-se de um marco da revolução 4.0 e diz respeito a todo e qualquer dispositivo tecnológico que possa ser usado como acessório ou que possa ser vestido.
Os aparelhos são responsáveis por monitorar frequência cardíaca, saturação de oxigênio, temperatura corporal, contabilizar os passos e acompanhar o ciclo menstrual. Alguns dispositivos conseguem acessar redes sociais, atender chamadas telefônicas e fazer pagamentos, mas nesses casos, é necessário o acesso à internet.
O artigo “Wearables, telemedicina e futuro da saúde no Brasil”, publicado na revista científica “Humanidades & Inovação”, destaca que esse tipo de tecnologia situa-se no campo da internet das coisas (IoT), já que tem a capacidade de monitoramento remoto em tempo real e é interligada a um banco de dados.
Esse tipo de tecnologia pode ser encontrado em relógios, colares e anéis, e traz dados sobre frequência cardíaca, saturação no sangue, temperatura corporal, ciclo menstrual, padrões de sono, entre outros. Segundo informações do Hospital Oswaldo Cruz, dispositivos com essa tecnologia podem ajudar na realização de exames e no monitoramento de sintomas associados a diversas doenças, como diabetes e pressão alta.
O diagnóstico de condições específicas, como o câncer de pulmão em mulheres, também pode ser facilitado, uma vez que os indicadores de sintomas podem ser monitorados pelos dispositivos. De acordo com o Ministério da Saúde, pessoas com a doença apresentam falta de ar e infecções no trato respiratório, questões que podem ser detectadas pela aferição da oxigenação do sangue.
Dessa forma, os dispositivos podem ajudar a monitorar pacientes e traçar estratégias de intervenções mais rápidas, antes que a condição em questão avance e traga mais impactos para a saúde.
Saúde ganha uma aliada na tecnologia
O artigo publicado na revista “Humanidades & Inovação” destaca que muitos dispositivos wearables oferecem lembretes sobre dose e horários de medicações. Também ajudam no combate às infecções e sangramentos, na detecção de doenças e no monitoramento remoto de sinais vitais, alimentando relatórios.
Todas essas funcionalidades tecnológicas, de acordo com o estudo, permitem à equipe médica a antecipação de diagnósticos, garantindo maiores chances de sucesso na prevenção e no tratamento de enfermidades, em diferentes áreas da medicina.
Na ginecologia clínica, por exemplo, esses dispositivos podem auxiliar no monitoramento da saúde da mulher, rastreando informações como ciclo menstrual, fertilidade e gravidez, além de fornecer lembretes para consultas e exames.
A tecnologia vestível já foi tema de estudos do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor). A instituição realizou levantamentos em parceria com a Samsung para validar smartwatches no monitoramento do sono, da frequência cardíaca e do eletrocardiograma.
Os resultados dos estudos comprovaram que os parâmetros medidos pelos relógios são comparáveis aos padrões de referência, demonstrando o potencial desses dispositivos no acompanhamento de pacientes.
Na Inglaterra, o secretário de saúde, Wes Streeting, informou em entrevistas o interesse em doar esses dispositivos aos pacientes do serviço público de saúde do país (NHS), permitindo que eles monitorem, de casa, sintomas como reações a tratamentos de câncer.
O artigo publicado na revista “Humanidades & Inovação” aponta, também, que a utilização dos dispositivos móveis pode contribuir para a redução dos gastos em saúde, minimizar erros médicos, evitar hospitalizações desnecessárias e aumentar a possibilidade de interação entre pacientes e os profissionais de saúde.
Wearables: aliados para a saúde, mas seriam um risco para a sua privacidade?