O setor industrial passou por mudanças significativas, impulsionadas pela digitalização e adoção de tecnologias emergentes, como IoT e IA
Por Gabriel Pavão
Nos últimos anos, o setor industrial passou por mudanças significativas, impulsionadas pela digitalização e pela adoção de tecnologias emergentes, como Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA).
Nesse contexto, empresas que antes hesitavam em investir em inovação agora reconhecem que evoluir digitalmente é necessário para manter a competitividade e a relevância no mercado.
Para se ter uma ideia, segundo dados da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o setor de fabricação de máquinas e equipamentos registrou um crescimento expressivo na taxa de inovação, atingindo 89,3% em 2022 em comparação ao ano anterior.
Além disso, a sustentabilidade consolidou-se como uma prioridade central para muitos agentes do setor ao integrar eficiência operacional e responsabilidade ambiental. Essas tendências, impulsionadas por demandas do mercado, devem não apenas se manter, mas também se intensificar no próximo ano.
A sustentabilidade na indústria
A pressão por gestões empresariais ambientalmente responsáveis tem levado as organizações a buscar não apenas a redução do impacto ambiental, mas também a otimização dos processos produtivos, promovendo avanços tecnológicos.
De acordo com estudo da ABDI, 86,5% das empresas que publicaram relatórios de sustentabilidade em 2022 implementaram práticas inovadoras em seus processos. Essa evolução reflete-se também na manutenção de ativos digitais, que passou a adotar um foco mais sustentável.
Isto porque, novas práticas vêm sendo implementadas para prolongar o ciclo de vida dos equipamentos, minimizar o desperdício de recursos e garantir operações eficientes com o menor impacto ambiental possível. Esse movimento reforça o papel da tecnologia na construção de um modelo industrial mais responsável e alinhado às demandas globais por sustentabilidade.
Desafios
O grande desafio para as indústrias atualmente é alcançar um equilíbrio eficaz entre eficiência operacional e sustentabilidade. No entanto, essa questão deve ser encarada como uma oportunidade, já que a integração de iniciativas como a reutilização de recursos, a adoção de fontes de energia renováveis e a implementação de soluções voltadas para a redução do consumo energético e das emissões de poluentes tem se mostrado promissora.
Nesse sentido, tecnologias emergentes, como IoT, IA, análise preditiva e digital twins estão se tornando cada vez mais essenciais para otimizar a manutenção e a gestão de ativos nas indústrias. Essas ferramentas permitem que as companhias monitorem ativos em tempo real, identifiquem padrões operacionais e antecipem falhas com maior precisão.
Isso não só melhora a eficiência operacional, mas também reduz significativamente os custos com reparos inesperados, promove economia de energia, minimiza desperdícios e amplia a vida útil dos equipamentos.
Exemplos práticos dessa transformação incluem a implementação de sensores IoT em máquinas críticas, capazes de monitorar continuamente parâmetros como vibração, temperatura e pressão, alertando os gestores sobre possíveis problemas antes que se tornem falhas graves.
Além disso, o uso de IA e Machine Learning para análise de grandes volumes de dados possibilita a identificação de tendências e padrões operacionais que seriam invisíveis de outra forma, facilitando uma tomada de decisão mais assertiva e baseada em dados.
Digitalização e Indústria 4.0
Com tantas transformações, ficou nítido que a digitalização e o conceito da Indústria 4.0 têm mudado profundamente a indústria, especialmente no que tange à gestão de ativos industriais. Desta forma, a previsão para 2025 é que as soluções autônomas, como sistemas de manutenção que se ajustam automaticamente às condições dos ativos, se tornem ainda mais relevantes, assim como maior implementação de chatbots especializados e outras ferramentas digitais para suporte técnico ágil.
Da mesma forma, a análise de dados continuará desempenhando um papel central na transformação do setor industrial. O uso de Big Data, por exemplo, permitirá que as empresas identifiquem padrões e tendências, além de prever falhas e otimizar recursos.
No entanto, a tecnologia por si só não será suficiente. Investir na capacitação de equipes técnicas é essencial para que as indústrias possam aproveitar ao máximo as inovações, garantindo que os profissionais saibam operar e gerenciar as tecnologias emergentes.
É importante destacar, ainda, a relevância de parcerias estratégicas para acelerar a transformação digital no setor industrial. Essas colaborações podem facilitar a implementação de soluções personalizadas, além de promover a troca de conhecimento técnico e boas práticas.
Em suma, em 2025, espera-se que o setor industrial esteja ainda mais digitalizado, eficiente e sustentável, refletindo o avanço de tecnologias emergentes e práticas mais conscientes. Mas para alcançar esse cenário, será necessário integrar novas tecnologias, além de investir na qualificação profissional. Esses esforços, alinhados a uma visão de longo prazo, criarão uma base sólida para o futuro da indústria, permitindo que ela atenda às demandas do mercado global de forma competitiva e responsável.
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