Com o RIC é hora de capacitar especialistas em TI e institucionalizar pra valer a ICP Brasil junto a população brasileira divulgando a chancela de confiança dada pelo Governo Federal à certificação digital .
Atualmente, encontramos entre especialista de TI diferentes níveis de conhecimento sobre ICP Brasil, Certificação Digital, Certificado de Atributo, Carimbo do Tempo, Certificados Digitais para Aplicações, Guarda de Documentos Eletrônicos com segurança, Revalidação de Assinaturas Digitais etc.
O conhecimento dos especialistas varia de acordo com o segmento de indústria em que atuam.
Enquanto em alguns setores já se discute sofisticadas aplicações, em outros encontramos técnicos que dominam os conceitos básicos, mas desconhecem as principais soluções disponibilizadas e os projetos implementados com sucesso no Brasil e no exterior.
O programa de educação voltado para esses técnicos deveria ter início na propagação de soluções existentes e na promoção de debates técnicos para que desperte o interesse por parte das organizações na capacitação de seus profissionais. Eventos menos comerciais e mais técnicos. Menos palestras e mais debates.
Com profissionais mais capacitados, as organizações se beneficiarão com o entendimento de suas necessidades e oportunidades em relação à certificação digital e ao mundo eletrônico e estarão capacitadas a desenvolver suas próprias aplicações.
A procura pelos cursos de certificação digital ainda é baixa e muito concentrada nos setores: financeiro e órgãos públicos, entre eles se destaca o setor do judiciário.
Cabe ao Governo Federal, investir cada vez mais em ações de divulgação da chancela de confiança conferida a utilização da Certificação Digital e estimular evangelização uniforme entre os especialistas em TI destacando, sempre que possível, a importância da capacitação de profissionais para o desenvolvimento das aplicações em todos os setores da economia, pois isso, sem dúvida, tará beneficios a população brasileira.
É necessário também pensarmos nas gerações em formação escolar, propondo ao Ministério da Educação e Cultura estudo sobre a possível inclusão de disciplinas que tratem de conceitos básicos de uso seguro dos meios eletrônicos em cursos do ensino infantil, fundamental e ensino médio.
Precisamos preparar a população e os profissionais brasileiros dos diversos setores da sociedade para o entendimento e adesão aos procedimentos exigidos para utilização do mundo eletrônico com segurança.
O programa de educação para o usuário final, não deve tratar do conceito ou da tecnologia que sustentam às aplicações. Isso pouco interessa a população brasileira.
Para estimular a adoção da certificação digital pelos usuários finais deve-se trabalhar em três vertentes:
1- Apresentação da cadeia de confiança que sustenta a ICP Brasil;
2- Criação de aplicações que tragam benefícios diretos aos usuários
3- Educação da população no sentido de apenas utilizar serviços via web que atendam aos padrões normalizados pela ICP Brasil, devidamente identificados.
A utilização e assimilação dos recursos oferecidos pela Certificação Digital por parte dos usuários será feita naturalmente em paralelo ao surgimento das aplicações.
A velocidade da adoção desta tecnologia será proporcional aos benefícios trazidos pelas aplicações e pelo crescimento da oferta de serviços por meio eletrônico com uso da certificação digital.
Isso feito, simples roteiros para aquisição e utilização dos certificados digitais serão o bastante para a habilitação dos usuários finais.
Regina Tupinambá
Participei do start up da Certificação Digital no Brasil em 1995 na criação da primeira certificadora digital brasileira e a terceira do mundo. Desde então, desenvolvi o mercado de SSL, treinamentos e trabalhei na implantação de outras importantes Autoridades Certificadoras e de Registro no âmbito da ICP Brasil.
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