Arquivos em papel passam para o mundo eletrônico; segurança dos dados é fundamental
Os principais hospitais e laboratórios de análises clínicas já utilizam meios digitais para guardar informações e resultados de exames dos pacientes. Arquivos em papel estão passando para o mundo eletrônico, facilitando o armazenamento, que é obrigatório por vários anos. O método difere, em função da tecnologia adotada, mas a preocupação com o reforço da segurança dos dados acompanha todos eles. “A revolução que começou na área tributária em 2003, agora chega à área médica”, diz Julio Cosentino, vice-presidente da CetiSign.
O Hospital Albert Einstein é tão rigoroso com a segurança dos dados do paciente que montou um sistema de controle definido por Sergio Arai, seu diretor de TI, como um “big brother”. “A gente monitora tudo o que é feito em uma estação de trabalho”, diz. Com 165,9 mil atendimentos, em 2009, apenas no pronto-socorro de suas três unidades, em São Paulo, e 2, 5 milhões de exames por ano, o Einstein registra todos os acessos a seu sistema, o que permite identificar quem procurou cada informação, quando e onde, para efeitos de auditoria e rastreamento em caso de incidente de segurança.
Os funcionários são lembrados disso a todo instante. Além de assinarem um termo de conduta sobre segurança e passarem por um treinamento a respeito, toda vez que cada um deles liga o computador é informado de que aquela estação de trabalho é monitorada e de que ele é responsável pela segurança e confidencialidade dos dados dos pacientes.
Há restrições aos próprios médicos. Para acessar dados de pacientes por celular, por exemplo, nenhuma informação fica armazenada no aparelho, que, afinal, pode ser roubado. Outra medida de precaução é que tanto o médico quanto seu celular precisam ser cadastrados no hospital. Tudo fica registrado.
O Hospital São Luiz, também com três unidades em São Paulo, onde são feitos 50 mil pronto-atendimentos por mês e 69 mil exames, arquiva eletronicamente apenas parte do prontuário médico. A partir de janeiro de 2011, o São Luiz começa a utilizar o sofware de gestão em saúde Tasy, um dos mais avançados. Tudo estará em sistema, com mecanismos de segurança sofisticados.
“Não é uma mera digitação de dados. O sistema tem uma inteligência eletrônica que vai, por exemplo, informar o médico sobre interações medicamentosas no momento em que prescrever mais de dois medicamentos para um paciente”, diz Franklin Bloedom, diretor de operações do São Luiz. “O médico vai decidir, mas terá auxílio do banco de dados”.
O prontuário médico no São Luiz também será eletrônico, com restrições de acesso baseadas em senha e perfil de usuário. O objetivo é limitar a autorização apenas ao pessoal envolvido com o tratamento de cada paciente.
No laboratório Salomão & Zoppi, que realiza 3,6 milhões de exames por ano em cinco unidades em São Paulo, os dados são digitalizados e a segurança é reforçada. Até porque, lembra Mauricio Chiappa, gerente de TI, os laboratórios são obrigados a guardar informações dos pacientes por 20 anos. Elas ficam à sua disposição na internet por cinco anos e, até completarem 20 anos, ficam armazenadas nos servidores de dados do laboratório. O Salomão & Zoppi destina à segurança da informação 5% do investimento médio anual de R$ 1 milhão que faz em infraestrutura e atualização de sistemas e equipe.
A segurança digital no Salomão & Zoppi considera três frentes: nos dados disponíveis na internet, que são sempre acessados pelo paciente por meio de senha de acesso; na educação e controle de funcionários e prestadores de serviço, para que nenhum dado saia ou entre no sistema, cujos computadores têm bloqueadas as entradas para CDs e pendrives; e infraestrutura atualizada e com servidor paralelo para assumir as operações com os dados em caso de problemas com o original.
Valor Econômico
Data: 20/09/2010
Fonte:Sindhosp
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