Um aspecto disso é o que ocorreu a quatros anos atrás, na Copa de 2018, no qual foram relatadas 25 milhões de incidentes cibernéticos
Por Adriano da Silva Santos
Especula-se que cerca de 1,5 milhões de visitantes irão ao Catar para assistir a Copa do Mundo FIFA de 2022.
Durante as quatro semanas de comemoração, pessoas das regiões mais remotas do mundo celebrarem e perpetuarem a longa tradição do futebol como um dos esportes mais competitivos e populares do mundo.
Assim como muitos outros eventos de grande escala, espera-se que ele também atraia criminosos cibernéticos e agentes que busquem obter lucros ilícitos, ganhar notoriedade, interromper a transmissão ao vivo ou até mesmo, iniciar ataques virtuais de maneira massiva.
Um aspecto disso é o que ocorreu a quatros anos atrás, na Copa do Mundo de 2018, no qual foram relatadas 25 milhões de incidentes cibernéticos.
Com o aumento das tensões geopolíticas e novas táticas adversárias observadas nas Olimpíadas anteriores, os visitantes, participantes, patrocinadores e organizações afiliadas da Copa do Mundo devem estar preparados para o aumento deste tipo crime antes, durante e depois do evento.
Embora o governo do Catar tenha feito investimentos significativos para aumentar a segurança cibernética antevendo o evento, a FIFA, as principais partes interessadas e seus fornecedores também devem se preparar para gerenciar a grande superfície de ataque que acompanha um marco dessa magnitude.
Por outro lado, o aumento dos incidentes de segurança cibernética estimulados pela pandemia global e pelos ataques à segurança da cadeia de suprimentos, organizações e indivíduos ligados ao evento podem mitigar esses riscos com tecnologias de inteligência de ameaças que detectam e identificam as ameaças à medida que surgem.
Dentre os ataques cibernéticos mais vistos 2018, alguns que devem chamar atenção incluem: e-mails de phishing oferecendo promoções, transmissões ao vivo gratuitas de eventos incorporadas com malware e sites falsos de ingressos da FIFA que procuram obter identificação pessoal e informações financeiras.
Apesar de que isso possa parecer incidentes cibernéticos de pequena escala, essas ameaças devem ser levadas a sério devido ao aumento da presença de ataques à cadeia de suprimentos e ao alto perfil de muitos participantes da Copa do Mundo.
Um exemplo disso foram as últimas Olimpíadas de Inverno, no qual foram manchetes devido aos enormes riscos de segurança cibernética justamente nessa questão suplementar, que afeta diretamente a transmissão e os sistemas de informações críticas ao redor.
Além disso, as preocupações mais recentes sobre o aplicativo obrigatório de rastreamento Covid-19 usado no evento de 2022 podem expandir ainda mais essa questão virtual.
Segunda a organização de pesquisa de segurança cibernética Citizen Lab, a criptografia fraca do aplicativo baixado por milhões de visitantes e participantes poderia dar aos agentes de ameaças acesso a detalhes do passaporte, informações demográficas e histórico médico e de viagens.
Portanto, a Copa do Mundo de 2022 pode ser um grande risco de segurança cibernética se indivíduos e organizações não se prepararem e permanecerem vigilantes.
Além do fato de que vemos um número recorde de incidentes cibernéticos em todo o mundo, também estamos enfrentando tensões políticas crescentes que provavelmente levarão a um aumento de ataques de estado-nação e esforços de espionagem cibernética.
Esse ‘golpe duplo’ tornará o cenário de ameaças mais difícil de gerenciar e mitigar esses problemas não é apenas um passo preventivo, mas obrigatório.
Sobre Adriano da Silva Santos
O jornalista e escritor, Adriano da Silva Santos é colunista colaborativo do Crypto ID. Formado na Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Reconhecido pelos prêmios de Excelência em webjornalismo e jornalismo impresso, é comentarista do podcast “Abaixa a Bola” e colunista de editorias de criptomoedas, economia, investimentos, sustentabilidade e tecnologia voltada à medicina.
Adriano Silva (@_adrianossantos) / Twitter
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