O futuro chegou
Por Joaquim de Carvalho
Quando os juízes começaram a usar a máquina de escrever para redigir sentenças, no início do século XX, os advogados desconfiaram que poderia haver fraude, e resistiram à inovação tecnológica.
O que garantiria que foi mesmo o juiz do processo quem redigiu a sentença? Aos poucos, deixou-se de lado a caligrafia, e a máquina foi definitivamente incorporada à rotina judiciária.
Na década de 80, alguns juízes tiveram suas sentenças anuladas porque ousaram redigir a sentença em computador. O argumento dos tribunais superiores era o de que o computador não assegurava que a sentença fora mesmo redigida pelo magistrado.
O juiz Edison Aparecido Brandão, pioneiro da realização de interrogatório por videoconferência, teve sentenças anuladas por esse motivo.
Agora chega-se à era da digitalização. O Tribunal Superior do Trabalho, o mais avançado no uso de recursos tecnológicos, não aceita desde agosto o protocolo de recursos por meio físico, só por computador. A expectativa é que, em dois anos, todos os atos processuais de todos os fóruns e tribunais, não apenas trabalhistas, sejam feitas por computador.
Há resistência, mas, em palestra hoje na OAB São Paulo, o vice-presidente da entidade, Marcos da Costa, diz que este é um caminho sem volta. “A presença do advogado no balcão do cartório está com os dias contados”, diz.
Fonte: Blog do Morumbi
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