Dia 2 de julho foi divulgado mais um caso sobre questões de privacidade de dados de usuários, desta vez envolvendo o Google
O relatório divulgado pelo Wall Street Journal revela que desenvolvedores terceiros ao Google lêem os e-mails dos usuários do Gmail.
De acordo com o WSJ, várias empresas admitiram que seus engenheiros leram milhares de mensagens de e-mail durante treinamento de sistemas de aprendizado da ferramenta.
A controvérsia decorre de aplicativos – como software de gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM) de parceiros do Google – que exigem acesso às contas do Gmail.
Essas integrações oferecem aos usuários muitas funcionalidades adicionais, mas com o escândalo de dados do Facebook e da Cambridge Analytica era apenas uma questão de tempo até que o Google fosse investigado sobre essa questão também.
Suzanne Frey, diretora de segurança, confiança e privacidade do Google Cloud, já abordou indiretamente algumas das descobertas do relatório do WSJ, e sua resposta é interessante em termos tanto do que diz quanto do que não.
A publicação do blog com o título ” Garantindo sua segurança e privacidade dentro do Gmail “, não faz referência a alegações específicas de privacidade de dados, portanto, quem não acompanhou o relatório do WSJ provavelmente se perguntaria por que o problema estava sendo discutido.
De fato, não houve nenhum indício de que os acessos foram utilizados para procedimentos ilícitos ou uso indevido de dados como resultado do Google permitir que desenvolvedores externos tenham acesso aos e-mails dos usuários. Mas o simples fato das mensagens privadas dos usuários poderem ser lidas por terceiros, uma prática que agora sabemos que acontece, torna-se ainda mais notável à luz dos escândalos de privacidade de dados em outros lugares.
Embora o Google aparentemente não conteste a afirmação de que desenvolvedores de terceiros leem seus e-mails, a empresa está absolutamente convencida de que ninguém no Google o faz, e Frey nos lembrou que desde o ano passado a empresa nem mesmo veiculou anúncios baseados nele.
“Para ser absolutamente claro: ninguém no Google lê o seu Gmail, exceto em casos muito específicos em que você nos pede e dá o seu consentimento, ou quando precisamos para fins de segurança, como investigar um bug ou abuso”, continuou Frey.
Com informações do WSJ