Realizado em Austin, Texas, o South by Southwest (SXSW) de 2025, que ocorreu na primeira semana de março de 2025, conhecido por sua vanguarda em tecnologia, cinema, cultura e música, destacou um tema surpreendente: a saúde social.
Um dos destaque do evento foi a cientista social Kasley Killam, autora de ‘The Art and Science of Connection’, enfatizou a importância das conexões humanas, revelando que a qualidade de nossos relacionamentos impacta diretamente a longevidade e o bem-estar, tanto quanto a saúde física e mental.

Por Ana Rita Bibá, advogada e líder no time de proteção de dados e inteligência artificial em Opice Blum Advogados
O South by Southwest (SXSW) é conhecido por antecipar tendências e provocar reflexões profundas sobre o futuro da inovação.
Mas neste ano, antes de ouvirmos sobre inteligência artificial, computação quântica, energia nuclear ou sobre as aguardadas listas de previsões de futuristas como Amy Web e Scott Galloway, a conversa começou de um lugar surpreendente: a importância das interações sociais na saúde.
Foi inspirador perceber que, no maior evento de inovação do mundo, saúde social foi o tema da vez e esteve presente em inúmeros outros painéis.
Kasley Killam, cientista social e autora de The Art and Science of Connection: Why Social Health is the Missing Key to Living Longer, Healthier, and Happier, compartilhou sua visão sobre como os relacionamentos humanos impactam diretamente nossa saúde. Killam foi entrevistada por Amy Gallo, coapresentadora do podcast Women at Work da Harvard Business Review, e juntas trouxeram insights valiosos sobre a importância da conexão autêntica para o bem-estar.

Durante o evento, Kasley Killam enfatizou que a compreensão da saúde humana está em constante evolução. Desde os tempos antigos, quando doenças eram vistas como manifestações de forças sobrenaturais, até os avanços científicos em curso, com a criação de células virtuais para acelerar a definição de protocolos médicos, nossa percepção sobre o que significa estar saudável mudou profundamente.
Inicialmente, e por longos anos, a atenção esteve voltada exclusivamente para a saúde física. Mais recentemente, a saúde mental iniciou sua saída da categoria de tabu para ganhar os holofotes, ocupando o espaço como um tema essencial na construção do bem-estar. Tornou-se prioridade e motivou políticas governamentais mundo a fora.
No contexto brasileiro, por exemplo, a partir de 26 de maio de 2025, com o a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), promovida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, empregadores deverão identificar e gerenciar riscos psicossociais de seus colaboradores, independentemente do porte da empresa. Quando identificados, os empregadores deverão elaborar e implementar planos de ação, incluindo medidas preventivas e corretivas.
Voltando ao SXSW, de acordo com Killam, promover a saúde física e mental é absolutamente vital. Mas essa narrativa estaria incompleta sem considerar um terceiro pilar, que chamou de saúde social.
Foi nesse contexto que a cientista trouxe um dado arrebatador: a qualidade dos nossos relacionamentos também é um fator determinante para nossa saúde e longevidade.
Estudos realizados ao longo de 10 anos demonstraram que homens com menos laços sociais apresentaram o dobro de chances de falecer em comparação com aqueles que tinham uma rede de apoio mais robusta. O mesmo estudo revelou que o impacto dos vínculos sociais foi ainda mais significativo para as mulheres, que, nas mesmas condições dos homens, tinham quase três vezes mais chances de falecer. Portanto, o que esse estudo mostra é que podemos ter de duas a três vezes mais chances de falecer na próxima década se nossos relacionamentos não forem bons, independentemente de outros comportamentos de saúde.
Por outro lado, os benefícios da conexão social vão muito além do bem-estar emocional. Relações saudáveis reduzem a propensão à depressão, fortalecem o sistema imunológico, melhoram a função cognitiva e diminuem o risco de doenças cardíacas. Em outras palavras, estar cercado de conexões significativas não é apenas algo prazeroso, mas também um fator essencial para uma vida longa e saudável.
E como o SXSW é um lugar de tendências, Kasley Kislam não ficou de fora e passou a indicar suas três previsões. Vamos a elas:
1. Dentro de 10 anos, a saúde social estará completamente incorporada à cultura;
2. Empresas que priorizarem a saúde social superarão seus concorrentes. E sobre esse aspecto, indicou que uma nova economia está surgindo para concretizar essa mudança. Academias de ginástica social, mentores de conexão, que funcionam como personal trainers para a sua saúde social, farão parte dos novos passos;
3. O tema não está restrito a um ou outro segmento de negócio. Todos os setores serão impactados pela inovação em saúde social.
Portanto, criar um ambiente onde as conexões humanas sejam incentivadas será essencial para a construção de equipes mais engajadas, produtivas e saudáveis. É inegável que empresas que priorizarem a saúde social se destacarão, pois vínculos fortes melhoram a retenção de talentos, impulsionam a criatividade e aumentam a produtividade. No fim das contas, não são apenas os negócios que prosperam, mas as pessoas que fazem parte deles.
O SXSW mostrou que está na hora de pensarmos a inovação de forma mais humana e coletiva. Porque o futuro da saúde é social e já é o presente.
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