Usuários ficaram arrependidos de terem investido em tokens “revolucionários”, que acabaram não entregando o que prometeram
Por Cássio Krupinsk
Nos últimos anos, a palavra tokenização se tornou um termo em voga, muitas vezes mal-interpretado e aplicado de forma simplista por pessoas e empresas.
A maioria associava apenas à criação de tokens na blockchain, acreditando que isso bastava para realizar captações milagrosas, sem considerar uma estrutura sólida nos bastidores.
Infelizmente, essa mentalidade prejudicou a credibilidade do setor no início e resultou em projetos pouco fundamentados, distantes de qualquer conformidade regulatória em produtos financeiros.
Os usuários ficaram arrependidos de terem investido em tokens “revolucionários”, que acabaram não entregando o que prometeram, como foi o caso de alguns clubes de futebol.
Muitos destes usaram tokens como peças de publicidade para engajar torcedores, porém sem operações estruturadas para embasar qualquer ação.
Da mesma forma, construtoras tentaram trilhar o caminho da tokenização de uma forma “torta” e mal-assessorada, usando sistemas de cashback ou pontos que utilizavam blockchain apenas como marketing para aproveitar o hype do setor.
Essas medidas acabaram limitando todos a seguirem políticas tradicionais já conhecidas, sem realmente inovar e explorar o potencial da tokenização.
Algumas empresas presumiram que a estruturação e a oferta após o boom das criptomoedas no ciclo de alta de 2020-2021 seriam simples; para isso, bastava falar que algo estava em blockchain.
Assim, os diversos problemas de seus produtos seriam resolvidos, ou apenas dizendo: “tokenizei meu ativo”, uma revolução sem precedentes aconteceria.
No entanto, esses esforços sem bases sólidas geraram muitas frustrações e reorganizações. Mas levaram ao amadurecimento do mercado, separando projetos e empresas que buscam trazer novidades aos agentes por meio de infraestruturas concretas.
No Brasil, com a introdução do Drex, as propostas de tokenização começaram a conversar entre si e com o sistema legado (muitas vezes iniciando uma migração para o ambiente digital), preparando o mercado financeiro para uma revolução real.
A tokenização não é apenas dizer “vou tokenizar”. Afinal, nem tudo deve ser tokenizado e tampouco elimina problemas ou dificuldades prévias na estrutura do produto ou serviço. O processo requer esforço jurídico intenso, ou seja, a tecnologia é apenas a ponte de acesso entre oferta e demanda.
Portanto, não podemos nunca esquecer desta premissa: a tokenização é um meio e não um fim. Assim, não se trata de uma solução para todos os problemas e nem todo mundo deve tokenizar ativos simplesmente porque “é o futuro”.
Hoje, é evidente que a tokenização está transformando e continuará a mudar o mercado diariamente, capacitando os menos favorecidos e redefinindo os papéis dos agentes de mercado.
Vale destacar ainda a exploração de oportunidades antes inacessíveis. Abre-se um novo mundo tanto para investidores como para empresas e pessoas, eliminando intermediários desnecessários.
Por exemplo, DTVMs, que antes não distribuíam ativos, agora podem fazê-lo. Corretoras e não corretoras começam a estruturar ativos com empresas de infraestrutura de tokenização.
Novas companhias emergiram e começaram a redefinir o setor financeiro nacional. Bancos estão cada vez mais cedendo espaço para fintechs, que inovam e agilizam o processo de transformação digital.
Muitos interessados agora acessam direitos creditórios, cotas de imóveis, precatórios, cartas de consórcios, recebíveis e inúmeras outras ofertas de investimento com boa rentabilidade e que estavam apenas disponíveis para grandes investidores e bancos.
Os FIDCs também se tornaram facilitadores para a descentralização de operações internacionais. A arbitragem de crédito permite que grandes organizações atuem como seus próprios bancos.
As cotas de fundos são mais bem gerenciadas e estes conseguem reduzir custos e ampliar a distribuição, possibilitando que investidores de varejo acessem às novas oportunidades de investimento, entre outros avanços.
Se compararmos essa revolução à era inicial da internet, estamos vivenciando um momento de transição, no qual empresas inovadoras escrevem e-mails e estruturam suas mensagens aproveitando o potencial dessa tecnologia e entregando valor em ambas as pontas, enquanto outras apenas aproveitam o hype e escrevem uma carta à mão, fotografam e anexam no e-mail para transmitir a mensagem.
Importante ressaltar ainda as características do sandbox da CVM, que por um período de dois anos, permitiu aos participantes apenas “escreverem cartas e anexá-las ao e-mail’, gerando pouco valor e mantendo a estrutura de mercado dominante, centrada nos bancos e em grandes agentes.
No entanto, enquanto as velhas amarras eram mantidas no auge da nova tecnologia, os empreendedores inovadores demonstraram para o mercado que a tokenização é muito mais do que criar tokens: trata-se de uma revolução que não pode ocorrer sem uma base estruturada e interconectada entre sistemas digitais e legados.
Em breve, esse processo será ainda mais simplificado, reduzindo a burocracia e, de fato, capacitando aqueles que hoje estão à margem do sistema. Isso é descentralização em ação, abrindo portas para um novo horizonte no mercado financeiro do século 21.
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A BLOCKBR – DIGITAL ASSETS INFRASTRUCTURE é uma fintech especializada em tokenização de ativos e investimentos que entrega infraestrutura para agentes de mercado possibilitando uma migração simplificada para a tokenização. Especializada nas áreas jurídica, financeira, tecnológica e comercial, a BlockBR oferece transformação e interoperabilidade através de tecnologia entre investidores e ativos digitais.
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