Os testes de penetração não identificam falhas em sistemas e redes, mas o surgimento dos ataques APT podem mudar de vez este cenário
Por Pedro Henrique Garcia

Durante anos os testes de penetração se consolidaram como um dos principais recursos para identificar falhas em sistemas e redes, mas o surgimento dos ataques APT (Advanced Persistent Threats) mudaram este cenário ao superar esta metodologia e se transformar num dos maiores desafios para a segurança corporativa.
Essa mudança ocorreu porque, diferente dos ataques tradicionais identificados pelos testes de penetração, os APTs são sofisticadas, persistentes e geralmente conduzidos por grupos altamente especializados, que exploram múltiplas vulnerabilidades ao longo do tempo, muitas vezes combinando engenharia social, malware avançado e movimentação lateral na rede.
Este tipo de combinação consegue superar os testes mais comuns pelo fato de que eles apenas simulam ataques pontuais, com escopo limitado e duração pré-definida. Em contraste, um APT age de forma contínua e silenciosa, muitas vezes por meses ou anos, adaptando suas técnicas conforme a detecção evolui.
Outra característica vantajosa para os APTs é a capacidade de exploração de falhas humanas, processos internos frágeis e abusos de credenciais — aspectos que um teste de penetração tradicional, focado apenas em vulnerabilidades técnicas, dificilmente consegue cobrir em profundidade.
Recentemente uma dessas falhas proporcionou, por exemplo, o golpe aplicado no sistema de interconexão do PIX, operado pela C&M Software, que gerou prejuízos da ordem de R$ 1 bilhão. Pelo que as investigações revelaram, os fraudadores conseguiram acesso aos ambientes protegidos cooptando um funcionário da organização que tinha acesso fácil às senhas e demais códigos de proteção.
Este cenário condiciona a tarefa de se proteger atualmente a uma abordagem mais abrangente que exige ferramentas de monitoramento contínuo, análises comportamentais, threat hunting ativo, simulações de ataque persistente (como Red Teaming) e uma forte postura de segurança baseada em inteligência.
Essas práticas permitem detectar atividades anômalas em tempo real, responder rapidamente e reduzir a janela de exposição antes que um atacante consiga comprometer ativos críticos.
Isto não significa que os testes de penetração deixaram de ser importantes para medir o nível de exposição em um determinado momento. A nova realidade implica em reconhecer apenas que eles já não são suficientes para conter ameaças avançadas.
O cenário atual demanda uma visão contínua, integrada e baseada em inteligência para proteger as organizações contra os ataques mais sofisticados e persistentes.
Casos como o da C&M e os vários outros que surgem todos os dias na imprensa especializada mostram que os APTs evoluíram a um nível que ninguém mais pode ter dúvida.
Ou seja; qualquer empresa com ativos críticos ou informações estratégicas que justifiquem financeiramente ser alvo de um APT, não pode mais confiar apenas em testes de penetração tradicionais.
A segurança não pode mais ser vista como um checklist pontual, mas como um processo vivo e dinâmico e tão estratégico quanto qualquer outra área vital do negócio.
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Conheça a coluna Cibersegurança.


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