DevSecOps Cloud Native e SASE são novas fronteiras para a Segurança Integrada. Sua evolução se torna importante e crucial para o mercado
Por Longinus Timochenco

A nuvem tornou-se indiscutível como a principal plataforma de operacionalização e escalabilidade dos negócios, evoluindo de mero componente tecnológico para elemento estratégico que impulsiona a inovação e garante competitividade no mercado.
Ela permite que organizações acompanhem a velocidade do crescimento e atendam aos desafios de inovação emergentes, oferecendo provisão rápida de recursos, otimização de custos e maior resiliência operacional.
O crescimento de arquiteturas nativas de nuvem (cloud native) expõe novas superfícies de ataque, exigindo a incorporação de segurança desde a concepção até a operação, em conformidade com as diretrizes de zero trust e segurança cibernética definidas pelo NIST.
Nesse contexto, DevSecOps evoluiu do DevOps ao inserir práticas e ferramentas de segurança em pipelines CI/CD sem comprometer a agilidade, transformando segurança em uma responsabilidade contínua e colaborativa entre desenvolvimento, operações e segurança.
Paralelamente, SASE (termo cunhado pela Gartner) unifica serviços de rede e segurança como soluções nativas de nuvem, integrando SD-WAN, FWaaS, SWG, CASB e ZTNA para proteger filiais, usuários remotos e workloads distribuídos de forma centralizada e escalável.
DevSecOps Cloud Native

Definição
DevSecOps (sigla para Development, Security e Operations), é uma cultura, automação e design de plataforma que integra segurança como responsabilidade compartilhada durante todo o ciclo de vida de software.
Princípios e Ferramentas
Os princípios centrais incluem “security as code”, automação de testes de segurança e integração contínua de scanners de vulnerabilidade no pipeline CI/CD. Entre as ferramentas cloud native destacam-se Falco, projeto CNCF para detecção em runtime de comportamentos anômalos e zero-day bugs; Snyk, para varredura de dependências e identificação de vulnerabilidades em bibliotecas; e OWASP ZAP, amplamente usado para testes de segurança em APIs e aplicações web via Docker em pipelines CI/CD.
Exemplos de Implantação

Empresas como Netflix adotaram práticas inspiradas em DevSecOps para incorporar scanners automáticos de vulnerabilidades e testes de penetração contínuos, reduzindo o tempo médio de correção em até 50% e elevando a resiliência da plataforma.
Secure Access Service Edge (SASE)

Definição
SASE, entrega de forma convergida rede e segurança como serviços nativos de nuvem, incluindo SD-WAN, Secure Web Gateway (SWG), Cloud Access Security Broker (CASB), Firewall-as-a-Service (FWaaS) e Zero Trust Network Access (ZTNA).
Componentes Principais
- SD-WAN: roteamento inteligente de tráfego e otimização de conexões;
- FWaaS: inspeção de pacotes em nuvem;
- SWG: filtragem de conteúdo web;
- CASB: governança e visibilidade de aplicações SaaS;
- ZTNA: acesso baseado em identidade e contexto, eliminando confiança implícita na rede
Principais Fornecedores
As líderes de mercado Cato Networks, Zscaler e Palo Alto Networks oferecem plataformas SASE altamente integradas, com backbone global, proteção DLP e agentes de endpoint para ZTNA.
Convergência de DevSecOps e SASE

Como o SASE Potencializa DevSecOps
Ao aplicar políticas de Zero Trust e inspeção de tráfego em tempo real no ambiente de produção e borda, SASE amplia o alcance dos controles de segurança definidos como código no pipeline, garantindo criptografia, segmentação e monitoramento contínuo dos workloads.
Casos de Uso
- Proteção de APIs em Multicloud: DevSecOps automatiza testes de API enquanto SASE aplica WAF e DDoS na borda;
- Microserviços Kubernetes: Falco detecta anomalias em runtime e ZTNA controla o acesso a pods;
- Ambientes de Teste Remotos: políticas SASE asseguram conectividade segura para desenvolvedores distribuídos.
Pontos de Atenção e Críticos
Pontos de Atenção
- Complexidade de Integração: orquestrar múltiplos scanners e pontos de inspeção SASE requer mapeamento detalhado de fluxos de dados e dependências.
- Configuration Drift: ferramentas IaC como Terraform, Ansible e Chef InSpec devem ser usadas para reconciliação contínua e evitar derivações entre o estado desejado e o real.
- Visibilidade e Telemetria: dashboards unificados (p.ex., Splunk, Elastic Stack) são imprescindíveis para correlacionar logs de CI/CD, runtime e rede em tempo real.
Pontos Críticos
- Shadow IT: somente ZTNA e autenticação reforçada em SASE previnem execuções de workloads fora do controle da TI.
- Gargalos de Performance: PoPs únicos-passagem em SASE podem se tornar pontos de latência; dimensionamento adequado é vital.
- Políticas Inconsistentes: “policy as code” com validação automática evita discrepâncias e acelera a remediação.
Como Gerenciar para Melhor Governança
- Papéis e Responsabilidades: formar comitê híbrido (TI, Segurança, DevOps, Compliance) para decidir SLAs e roadmaps de segurança.
- Policy as Code e GitOps: versionar regras de FWaaS, ZTNA e CASB em Git com pipelines de validação e integração via APIs SASE.
- Métricas e KPIs: monitorar MTTR, incidentes de drift e cobertura de políticas, exibindo-os em painéis centralizados.
- Auditorias Automáticas: usar Chef InSpec e AWS Config Rules para verificações periódicas contra benchmarks CIS, PCI-DSS e GDPR.
- Treinamento e Cultura: promover labs e simulações de incidentes para alinhar desenvolvedores, operadores de rede e analistas de segurança.
Frameworks para Gestão e Operacionalização
Framework | Foco Principal | Aplicação |
NIST CSF | Mapeamento de cyber-risco e controles | Estrutura estratégica DevSecOps |
ISO/IEC 27001:2022 | SGSI e requisitos de segurança | Governança de TI |
COBIT 2019 | Governança de TI e gestão de riscos | Papéis, processos e KPIs |
ISO/IEC 27034 | Segurança de aplicações | Integração no SDLC |
ISO/IEC 38500 | Governança corporativa de TI | Diretrizes para executivos |
CSA Cloud Controls Matrix | Controles de segurança em nuvem | Avaliação sistemática de riscos |
NIST SP 800-207 | Arquitetura de confiança zero | Fundamento de SASE e ZTNA |
FAIR | Quantificação de risco cibernético | Avaliação de riscos em DevSecOps |
Conclusão
A convergência de DevSecOps Cloud Native e SASE não apenas fortalece a postura de segurança ao longo de todo o ciclo de vida das aplicações e do perímetro de rede, mas também posiciona as organizações para responder de forma proativa a riscos e acelerar a inovação sem comprometer a agilidade operacional.
Ao tratar segurança como código e empregar pipelines CI/CD automatizados, é possível detectar e corrigir vulnerabilidades na fase de desenvolvimento, reduzindo significativamente o custo e o tempo de remediação.
Paralelamente, ao implementar SASE, as empresas alcançam conectividade global com inspeção unificada de tráfego e políticas de Zero Trust em qualquer localidade, eliminando silos de segurança e otimizando a performance de aplicações críticas.
Diretrizes para Transformação Segura e Ágil
- Governança Executiva e Papéis Claros
Estabelecer um comitê multidisciplinar que alinhe métricas de negócio (ex.: redução de MTTR, ROI em segurança) com indicadores técnicos de DevSecOps e SASE, garantindo visibilidade ao conselho executivo e agilidade na tomada de decisão. - Políticas como Código e GitOps
Versionar toda regra de segurança de rede (FWaaS, ZTNA, CASB) e escaneamentos de código em repositórios Git, promovendo auditoria contínua, rollback instantâneo e integração via APIs SASE. - Automação de Compliance e Conformidade Contínua
Integrar ferramentas como Chef InSpec, AWS Config Rules e scanners de segurança opensource (Falco, OWASP ZAP) em pipelines CI/CD, garantindo aderência a frameworks como NIST CSF, ISO/IEC 27001 e CSA CCM sem fricção no desenvolvimento. - Visibilidade Unificada e Métricas em Tempo Real
Consolidar logs de CI/CD, runtime cloud native e tráfego SASE em dashboards centralizados (p.ex., Splunk, Elastic Stack), monitorando KPIs como tempo médio de remediação, taxa de configuração drift e cobertura de políticas de Zero Trust. - Cultura de Segurança e Capacitação Contínua
Investir em treinamentos hands-on e simulações de incidentes que envolvam desenvolvedores, operadores de rede e analistas de segurança, para fomentar responsabilidade compartilhada e reduzir atrito entre equipes. - Evolução e Inovação Contínuas
Manter avaliações periódicas de riscos e maturidade (baseadas em FAIR e COBIT 2019), revisitar arquiteturas SASE e pipelines DevSecOps a cada ciclo de inovação, e adotar tecnologias emergentes (como IA para análise preditiva de ameaças) para antecipar vetores futuros.
Colegas ao seguir estas diretrizes, as organizações não apenas protegem seus ativos e garantem conformidade regulatória, mas também transformam a segurança em um diferencial competitivo, desejável por todos, possibilitando um crescimento digital seguro, escalável e alinhado aos objetivos de negócio.
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Sobre Longinus Timochenco – Colunista do Crypto ID
CISO | DPO | EVANGELISTA | COLUNISTA | SPEAKER |
Membro de Conselho Corporativo & Diretor Governança Corporativa
Director of Diversity, Equity, and Inclusion at ISACA SP Chapter
Profissional com 27 anos de experiência em Tecnologia da Informação, Governança Corporativa e Segurança da Informação, com comprovada liderança em projetos nacionais e internacionais. Atua como consultor estratégico e membro de conselho corporativo, impulsionando a definição de estratégias integradas em Cyber Security, Compliance e gestão de riscos, alinhadas às metas empresariais e à governança global.
Colunista – CryptoID
Embaixador – CISO FORUM BRASIL
Com forte atuação em educação, lecionou no SENAC/SP, formando profissionais em Segurança de Redes e Compliance. Seus diferenciais Nacionais e Internacionais incluem projetos estratégicos a liderança de equipes de alta performance, criação de unidades de negócio inovadoras e a consultorias para comitês executivos em governança de Cyber Security, Riscos, Privacidade e Cyber Defense.
Premiações:
- TOP 100 Global CISOs Awards (EUA): 2022, 2023, 2024
- Security Leaders Brasil: 2014, 2016, 2020, 2022
- ANEFAC Profissional Mérito na categoria Tecnologia
LinkedIn – https://www.linkedin.com/in/longinustimochenco/
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