TIC pode ser uma maneira para superar barreiras estruturais e incentivar lideranças femininas, com passos à equidade de gênero
Por Luiza Dias

Garantir que meninas tenham acesso, interesse e estímulo para trabalhar com Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) não é apenas uma questão de justiça social, mas sim uma necessidade econômica e mercadológica.
A presença feminina no universo das tecnologias é fundamental para que o setor se torne mais inovador, plural e representativo.
Por isso, o Dia Internacional das Meninas nas TIC, celebrado em 24 de abril, nos convida a refletir sobre os desafios e as oportunidades que ainda marcam a participação feminina na área e como podemos contribuir para que essas jovens ocupem cargos estratégicos no mercado.
Quando meninas são incentivadas desde cedo a explorar atividades em programação, ciência de dados, inteligência artificial e cibersegurança, elas passam a enxergar essas áreas como possibilidades reais de carreira.
Ao mesmo tempo, o mercado se beneficia da diversidade de perspectivas que somente um ambiente equitativo pode oferecer. Afinal, o desenvolvimento de soluções tecnológicas que impactam milhões de pessoas deve considerar diferentes experiências e realidades, e as mulheres têm muito a contribuir nesse processo.
Embora pesquisas indiquem um crescimento na participação feminina no setor de tecnologia no Brasil, as mulheres ainda representam menos de 17% das matrículas em cursos relacionados à área. Esse panorama evidencia uma série de obstáculos que vão desde o histórico acadêmico até o ambiente profissional.
A disparidade nos salários, em especial, revela uma desvalorização estrutural do trabalho feminino. Segundo o último Relatório de Diversidade divulgado pela Brasscom, essa diferença chega a 37,1%, o que acaba desestimulando a formação de novas profissionais.
Ambientes de trabalho pouco inclusivos, falta de políticas de equidade de gênero, dificuldade em encontrar mentoras ou redes de apoio, além das muitas barreiras para progressão de carreira são fatores recorrentes e desmotivam a permanência no setor.
Historicamente, entraves sociais, culturais e educacionais afastaram meninas das ciências exatas e das profissões tecnológicas. Combater esse cenário exige ações coordenadas entre escolas, famílias, políticas públicas e empresas, com programas que promovam capacitação, mentorias e representatividade.
Meninas precisam se ver nesses espaços e acreditar que ali também é o seu lugar. Quando isso acontece, elas não apenas ocupam vagas, elas transformam o ambiente, influenciam decisões e criam soluções mais humanas e acessíveis.
Liderança
Além da participação técnica, outro desafio significativo é o acesso das mulheres a posições de liderança no setor. Para muitas, essa possibilidade ainda parece distante. O levantamento intitulado “Evolução da Liderança Feminina no Brasil e no Mundo”, divulgado pela consultoria de carreira LHH, indica que em 2024 o percentual global de mulheres nestes cargos variava entre 38% e 39,1%.
Mesmo que possamos ver uma melhora em ritmo lento, ainda precisamos aprimorar muitas condições de trabalho para que este cenário mostre-se mais aberto e oportuno às jovens que almejam ocupar funções estratégicas – especialmente no setor de tecnologia.
O fortalecimento da presença feminina nas TIC impacta diretamente o mercado de trabalho. Empresas que apostam na diversidade de gênero apresentam melhores resultados, maior inovação e ambientes mais colaborativos.
Além disso, o estímulo à formação tecnológica de meninas contribui para ampliar a inclusão social e criar oportunidades em setores tradicionalmente dominados por homens. Isso significa mais independência econômica, mais voz e mais protagonismo feminino.
Durante os meus 10 anos de atuação no setor de tecnologia, não foi fácil vencer os estereótipos de gênero profundamente enraizados que acabam associando habilidades tecnológicas ao universo masculino.
Infelizmente, a baixa representatividade feminina em cargos de liderança também reforçava a sensação de não pertencimento. Ainda assim, com qualificação constante e foco em resultados, consegui construir uma trajetória sólida. Aproveitando, e muitas vezes criando, oportunidades de crescimento.
Por isso, enquanto Diretora Presidente de uma grande multinacional líder de mercado em segurança digital, entendo a grande responsabilidade que tenho em mostrar a todas as jovens que é possível alcançarmos os nossos sonhos.
Neste 24 de abril, espero que o Dia das Meninas nas TIC seja mais do que uma data comemorativa: que seja um chamado à ação para transpor barreiras, abrir caminhos e inspirar uma nova geração de mulheres inovadoras.
O mercado das TIC só alcançará seu pleno potencial quando refletir a diversidade de perspectivas que moldam o mundo, e as meninas são parte essencial dessa transformação.
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