Pesquisa do Grupo Darys aponta que 80% das empresas brasileiras não estão completamente adequadas com a legislação vigente desde 2021
Por Alexander Coelho

A falta de recursos para investir na adequação à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e de especialistas que atuam nesse segmento tem levado as empresas a atrasarem suas ações para se adaptarem à legislação.
Uma pesquisa realizada pelo Grupo Daryus aponta essa tendência, pois 80% das companhias brasileiras consultadas não estão completamente de acordo com as normas vigentes.
A Pesquisa de Privacidade e Proteção de Dados realizada pelo Grupo Daryus destaca ainda que apenas 35% das corporações estão parcialmente adequadas.
Outros 24% apontaram que estão na fase inicial do processo de adequação à legislação.
“Um dos fatores que mais pesam contra a adequação é a ausência de capital para investir em novos processos, aliada a falta de profissionais qualificados. Isso resulta numa confusão sobre quais áreas da empresa precisam receber atenção especial durante o projeto de adequação”, explica Alexander Coelho, advogado especializado em Direito Digital e Proteção de Dados e sócio do escritório Godke Advogados.
A preocupação em relação a essa adequação chega logo após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) ter publicado uma agenda regulatória para o biênio 2023-2024. Para o próximo ano, está prevista a publicação do Regulamento de Dosimetria e Aplicação de Sanções Administrativas contra as empresas que não cumprirem a legislação, em vigência desde 2021.
“Ou seja, muito em breve, teremos notícias das primeiras sanções aplicadas pela agência com base na LGPD”, alerta o especialista.
Necessidade de um DPO nas empresas
O especialista destaca ainda sobre a necessidade das empresas de escolherem e contratarem um DPO (Data Protection Officer) para liderar o processo de adequação à LGPD.
Na sua avaliação, esse profissional deve deter qualidades multidisciplinares que vão além do conhecimento na legislação vigente e normas setoriais da área de atuação da empresa.
“É desejável que ele tenha conhecimentos em cibersegurança, capacidade de gerir projetos e bum relacionamento para transitar em todos os setores da instituição”, sugere.
Sobre o autor:
Alexander Coelho é sócio do escritório Godke Advogados e especializado em Direito Digital e Proteção de Dados. Possui certificações CIPM (Certified Information Privacy Manager) e CDPO (Certificação Data Protection Officer) pela IAPP (International Association of Privacy Professionals). É membro da Comissão de Privacidade e Proteção de Dados da OAB/São Paulo. Já atuou como DPO as a Service em empresas de grande porte com expertise em matérias concernentes às adequações à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), Compliance Digital, Privacidade, Investigação à Fraudes Eletrônicas e Cibersegurança.
LGPD: Todos prontos para o tratamento dos dados pessoais?
Sete práticas para garantir a conformidade com a LGPD
LGPD completa dois anos de vigência no Brasil; entenda os benefícios e desafios da lei

Junte-se a nós na construção de um futuro digital mais seguro e confiável!
O Crypto ID é uma plataforma de destaque no cenário de identificação digital, cibersegurança e tecnologia, atuando como referência em conteúdos especializados e atualizados sobre temas como certificação digital, blockchain, biometria, autenticação multifatorial e tendências regulatórias.
Fundado há mais de uma década, a plataforma se consolidou como uma fonte confiável para profissionais de TI, empresas e entusiastas da segurança digital.
A plataforma posiciona-se não apenas como um veículo de notícias, mas como um agente ativo na promoção de um ecossistema digital seguro.
Sua combinação de análises técnicas, cobertura de eventos e parcerias com líderes do setor faz dele um recurso indispensável para quem busca entender e se adaptar às transformações da identidade digital e da cibersegurança no Brasil.